22.06.2016 Views

Intelectual Inovações Agricultura

576aa1524c708_PI_e_Inovacoes_na_Agricultura_web

576aa1524c708_PI_e_Inovacoes_na_Agricultura_web

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O sistema de inovação agrícola<br />

Outra análise crítica da atual atuação da Embrapa foi realizada por Araújo et al. (2011),<br />

com base em levantamento das competências científicas da instituição. Os autores analisaram os<br />

segmentos de café e soja (ou, mais especificamente, a produção científica em café e em soja) e<br />

evidenciaram a ausência de coordenação no SNPA e não legitimaram a proposição de diferencial<br />

acadêmico do pesquisador da Embrapa diante dos pesquisadores de entidades como a Universidade<br />

Federal de Lavras (UFLA), a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Escola Superior<br />

de <strong>Agricultura</strong> Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), e a Universidade<br />

Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Para eles,<br />

[...] se esse achado for tomado como válido e extensível para as demais culturas, e considerando<br />

que a fração de pesquisadores da Embrapa sobre o total de pesquisadores no campo científico<br />

agropecuário não ultrapassa 20% (mais provável, algo próximo a 15%), esse seria o limite superior<br />

da importância acadêmica da Embrapa, considerando o conjunto de culturas e disciplinas<br />

(ARAÚJO et al, 2011, p. 778).<br />

Mesmo considerando que produção científica não é o melhor indicador para avaliar o desempenho<br />

de pesquisadores de institutos de pesquisa, não deixa de ser importante a crítica não apenas<br />

quanto à perda de competências técnico-científicas pela Embrapa, com a falta de pesquisadores<br />

e devido às dificuldades de explorar adequadamente os ganhos e resultados das suas atividades,<br />

por ter aberto mão de competências instaladas de planejamento e gestão estratégicos (relegados<br />

a segundo plano, em anos recentes), mas também quanto ao limite técnico no qual se encontra<br />

a instituição.<br />

Nos últimos 15-18 anos havia necessidade de um reordenamento e reposicionamento que a<br />

empresa não fez – até esboçou fazer e fez em alguns casos, mas com resultados fracos. A necessidade<br />

de aquisição de novas competências não dizia respeito apenas a novos conhecimentos<br />

técnicos e científicos; significava também conceber uma nova forma de gerar, organizar e transferir<br />

tais conhecimentos (considerando a dispersão das competências e a necessidade de agregá-las) e<br />

competências gerenciais voltadas à gestão da inovação (que vão além do conhecimento científico),<br />

novos modelos de negócio, entre outros atributos.<br />

Na verdade, a Embrapa poderia ter se utilizado mais e melhor da extensa malha técnicocientífica<br />

e de extensão agrícola existente no país, por meio das instituições que consagram o<br />

SIA e, mais especificamente, o SNPA. Em vários momentos, Embrapa e Oepas disputaram<br />

(e disputam) recursos (financeiros e humanos) e temas de pesquisa, ao invés de trabalharem em<br />

cooperação, baseadas nos princípios de divisão de trabalho na pesquisa e de sinergismo entre os<br />

atores distribuídos pelo país. Indo além, em ambos os casos, abriram mão de internalizar conhecimentos<br />

voltados à inovação.<br />

O SNPA e a dificuldade da exploração do conhecimento gerado<br />

É amplo e abrangente o SNPA. Ele está distribuído pelo país e vem sendo constituído há<br />

praticamente mais de um século. Ele é composto por diferentes e variadas instituições: a própria<br />

Embrapa, as Oepas, as unidades de ensino e pesquisa das faculdades e universidades de agronomia,<br />

93

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!