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Intelectual Inovações Agricultura

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Propriedade <strong>Intelectual</strong> e <strong>Inovações</strong> na <strong>Agricultura</strong><br />

ções técnicas que vão desde testes de adaptação em diferentes regiões do país – conhecidos por<br />

Testes de Valor de Cultivo e Uso – até o controle de qualidade das categorias mais avançadas de<br />

sementes que serão distribuídas aos agricultores.<br />

A estrutura de controle do Estado sobre a indústria de sementes reflete a importância estratégica<br />

do setor para o país. Situação semelhante ocorre no âmbito do comércio internacional de<br />

sementes, no qual, conforme assinalado por Buainain, Vieira e Lima (2010), as exigências regulatórias<br />

são maiores do que em outros setores produtores de insumos e máquinas para o agronegócio.<br />

Certificados de proteção como indicadores de inovação<br />

Segundo as categorias de inovação definidas por Freeman (1987) 8 , a grande maioria das<br />

novas cultivares pode ser considerada uma inovação do tipo incremental, ou seja, resulta de uma<br />

evolução tecnológica contínua sobre um produto existente, que conta com a participação de<br />

pesquisadores, técnicos, especialistas e até de usuários. Autores clássicos atrelam ainda o conceito<br />

de inovação à agregação de valor, seja por causar a obsolescência ou por reduzir o valor de<br />

processos ou produtos existentes, como sugeriu Schumpeter (1982), ou, ainda, de acordo com<br />

Porter (1996), por gerar vantagens competitivas.<br />

Mas o surgimento de uma inovação não é suficiente para garantir o crescimento econômico.<br />

De acordo com Baumol (2002), para que a inovação se traduza em desenvolvimento econômico<br />

ela deve ser tratada como fundamental para a sobrevivência das empresas em um ambiente<br />

competitivo que envolve, inclusive, a difusão da inovação, que se torna parte das rotinas das<br />

organizações. Desse modo, a dinâmica do mercado em questão é que estaria respondendo pelo<br />

ritmo de geração de inovações. Outro aspecto relevante a ser considerado são os incentivos<br />

oferecidos às empresas e empreendedores. Assim, a forma com que a energia e a criatividade<br />

das organizações são canalizadas depende também da fomentação de um ambiente institucional<br />

favorável (BAUMOL, 2002).<br />

Os indicadores de inovação vêm sendo usados por acadêmicos para monitorar a evolução da<br />

inovação tecnológica, identificar gargalos tecnológicos e subsidiar discussões sobre o papel das<br />

instituições de pesquisa e outras vinculadas ao agronegócio. O método mais utilizado, quando se<br />

trata de produto protegido por direitos de propriedade industrial, é a quantificação de registros<br />

patentários. Grupp, Schmoch e Kuntz (1990) sugeriram que o número de patentes seria uma<br />

excelente ferramenta para acompanhar a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, servindo<br />

como elo importante entre o desenvolvimento industrial e o planejamento governamental.<br />

As principais ressalvas quanto às aplicações desse método dizem respeito à necessidade de limitar o<br />

universo de análise segundo as classificações utilizadas pelos órgãos de registro e de correlacionar<br />

a quantidade de patentes com outros indicadores como taxa de sucesso, publicações e citações<br />

científicas, entre outros (EMRICH, 2012).<br />

8<br />

Freeman (1987) definiu quatro categorias de inovação: radical (quando se trata de uma invenção útil), incremental (associada a<br />

melhorias do produto), mudança do sistema tecnológico (baseada na combinação de inovação radical e incremental, junto com<br />

inovações organizacionais) e mudança no paradigma tecnoeconômico (revolução tecnológica).<br />

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