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Intelectual Inovações Agricultura

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Propriedade <strong>Intelectual</strong> e <strong>Inovações</strong> na <strong>Agricultura</strong><br />

Parte 2 – Estudo de caso<br />

Abordagem teórico-metodológica para traçar trajetórias tecnológicas<br />

Segundo Foster (2004), para se entender os sistemas econômicos como evolutivos e<br />

complexos, é essencial superar as análises clássicas dos comportamentos das empresas em termos<br />

das funções de produção e de utilidade. As análises de redes, neste sentido, permitem captar as<br />

formas pelas quais os ativos de P&D fluem por um sistema interconectado.<br />

As redes – apesar de serem uma imagem representativa de relações de interesses em investimentos<br />

em inovação – resumem o processo evolutivo pelo qual o conjunto de elementos já<br />

passou – e, mais importante, carregam em seu bojo as tendências tecnológicas a elas vinculadas.<br />

A força das relações na rede – expressa pelos indicadores algébricos – pode então ser avaliada<br />

economicamente mediante extração de suas trajetórias tecnológicas (DOSI, 1982), de modo a<br />

compreender quais empresas (e cujas patentes) operam com tecnologias mercadologicamente<br />

mais relevantes. Essa análise torna possível capturar as formas como os produtos de P&D fluem<br />

por um sistema interconectado que representa:<br />

a) a acumulação de esforços para mobilização de ativos tangíveis, intangíveis e complementares<br />

que servem para catalisar o processo de inovação;<br />

b) a projeção, em uma linha de tempo, das conexões resultantes dos esforços desprendidos por<br />

um grupo de atores econômicos em um jogo de rivalidade interoligopólico mais complexo<br />

do que aqueles representados por Cournot, Bertrand ou Stackleberg, por exemplo.<br />

As redes são compostas por uma complexa estrutura conceitual com bases na teoria dos grafos<br />

(BARABÁSI, et al., 2002, a qual envolve a resolução de problemas com base em matemática<br />

de domínio estatístico, permitindo a previsão de fenômenos e capacidades; a dependência entre<br />

os elementos da rede são mensuradas por meio de álgebra de matrizes n x n, cujos indicadores<br />

mais utilizados são a densidade da rede, os indicadores de centralidade dos nodos ou a sua posição<br />

quando a rede é transformada em uma geodésica(NOOY, MRVAR & BATAGELJ, 2005) e<br />

fica evidente por meio de uma visualização gráfica. 9<br />

Utilizadas como instrumentos de foresight tecnológico ou como procedimentos de análise e<br />

antecipação de tendências tecnológicas, as redes de citação de patentes representam mais do que<br />

um conjunto de tecnologias conectadas: são uma proxy ou indicadordo fenômeno da inovação,<br />

já que o acumulado dos esforços de investimento em P&D – reconhecidos por outros agentes de<br />

mercado na citação patentária – nutre fortes laços com a presença destas tecnologias no mercado<br />

(HALL, 2000).<br />

As relações de citação de uma ou mais patentes por outras formam redes, aqui consideradas<br />

como “redes de inovação” (JAFFE & TRAJTENBERG, 2002), pois as relações embutidas nestes<br />

arranjos definem formas de interação competitiva que ocorrem quando a própria rede está sendo<br />

formada. Tais inter-relacionamentos são capazes de revelar a evolução dos esforços e investimentos<br />

cumulativos entre agentes empresariais e institucionais para a obtenção de patentes nas<br />

9<br />

O detalhamento destes indicadores pode ser verificado em Nooy, Mrvar e Batagelj, 2005.<br />

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