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Intelectual Inovações Agricultura

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Propriedade <strong>Intelectual</strong> e <strong>Inovações</strong> na <strong>Agricultura</strong><br />

A indústria de sementes<br />

O processo de desenvolvimento de novas sementes é uma das atividades mais relevantes da<br />

pesquisa agropecuária brasileira, seja no setor público ou privado. No sistema público, os principais<br />

atores são as universidades públicas, institutos públicos de pesquisa, as Oepas e a Embrapa. No<br />

sistema privado, despontam as universidades privadas, as empresas de capital nacional, cooperativas<br />

e empresas transnacionais (CASTRO et al,, 2002).<br />

A indústria de sementes pode ser desdobrada em dois segmentos básicos: o segmento de<br />

híbridos e o de variedades. Estes segmentos se estruturam de modo diferenciado em função<br />

de variáveis do processo competitivo, como por exemplo a apropriabilidade (possibilidade de<br />

uma inovação gerar remuneração para o inovador). Assim, existem diferenças quanto à forma<br />

de organização das atividades de P&D, quanto ao papel das instituições públicas de pesquisa e,<br />

principalmente, quanto ao papel dos mecanismos jurídicos de proteção à propriedade intelectual<br />

(SANTINI & PAULLILO, 2003).<br />

Isto porque o segmento de híbridos se caracteriza pela existência de um mecanismo natural<br />

de apropriação, garantido pela impossibilidade de utilização da semente híbrida por mais de um<br />

ciclo produtivo. Já o segmento de variedades apresenta um fator determinante na conformação<br />

com a Lei de Proteção de Cultivares: a autorreprodutibilidade, sem perda de suas qualificações<br />

genéticas. Destaca-se o impacto que a promulgação da Lei de Proteção de Cultivares teve no<br />

mercado de sementes, ao despertar o interesse do setor privado para as pesquisas do segmento<br />

de variedades.<br />

Os produtos de maior destaque e importância no mercado de sementes brasileiro são as<br />

sementes de milho (segmento de híbridos) e de soja (segmento de variedades); ambas as cultivares<br />

já possuem produtos geneticamente modificados.<br />

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, totalizando 81 milhões de toneladas<br />

na safra 2012/2013. Já a soja é a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três<br />

décadas e corresponde a 49% da área plantada, em grãos, do país (CONAB, 2013).<br />

A indústria de sementes, no Brasil, passou por transformações tecnológicas e institucionais.<br />

Como já foi dito, no plano da inovação, o advento de recentes técnicas produtivas associadas ao<br />

desenvolvimento da moderna biotecnologia modificou o comportamento empresarial, alterando<br />

o padrão de concorrência. A evolução recente da engenharia genética, que passou pelo sequenciamento<br />

de genes de vários organismos vivos, representa uma mudança substantiva das trajetórias<br />

tecnológicas consolidadas na agricultura (TEIXEIRA, 2009).<br />

Na atualidade, existem duas frentes não excludentes de pesquisa, para área de sementes:<br />

o melhoramento convencional, sustentado em cruzamento/seleção e genética quantitativa, e<br />

o melhoramento que utiliza técnicas derivadas da biologia molecular e da bioinformática, para<br />

obtenção das modificações genéticas desejadas (TEIXEIRA, 2009).<br />

Um dos produtos mais evidentes de utilização dessas novas ferramentas na agricultura são as<br />

plantas geneticamente modificadas (GM) ou transgênicas. A possibilidade de desenvolver novas<br />

cultivares com novos atributos e independentemente da compatibilidade sexual entre espécies<br />

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