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Intelectual Inovações Agricultura

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Mecanismos de apropriabilidade em inovações agrícolas<br />

que saíram na frente, principalmente em segmentos da indústria em que é possível explorar as<br />

vantagens derivadas do segredo, complexidade do design, ou as vantagens regulatórias, que impõem<br />

um hiato temporal sobre os concorrentes, em termos da difusão da inovação. López (2009)<br />

ressalta que a propensão a patentear, das empresas, é afetada pela avaliação conjunta de outros<br />

instrumentos de proteção às inovações, o que coloca restrições ao uso da contagem do número de<br />

patentes como indicador de vigor tecnológico de uma firma, região ou país. Vale mencionar que<br />

este autor enfatiza o papel das firmas como agentes de definição das estratégias de propriedade<br />

intelectual que vão buscar para proteção de seus produtos e inovações.<br />

Já a pesquisa realizada por Cohen, Nelson e Walsh (2000) mostra que os principais mecanismos<br />

de apropriabilidade, na maioria dos setores investigados, são uma combinação de conhecimentos –<br />

da capacidade de absorção dos membros das empresas e talvez de intermediários que se conectam<br />

em arranjos em rede, formando o que Jackson (2009) denomina “mundo pequeno” –, obtendo<br />

vantagens dos ativos complementares marcas registradas e quem sai na frente. Patentes, nessas<br />

empresas, vêm em segundo plano em suas estratégias, com exceção dos setores farmacêuticos e<br />

a indústria química, em que se destacam as estratégias de licenciamento cruzado entre empresas<br />

de igual, e geralmente de grande porte (ARORA, 1997). Este é, sem dúvida, o caso das ABTs<br />

(RIBEIRO et al., 2010).<br />

Este cenário parece confirmar o argumento de Teece e Pisano (1994), de que o valor de<br />

uma inovação para uma empresa depende fortemente da complementaridade de seus ativos. Isto<br />

fica evidenciado pelo extremo controle sobre a comunicação interna nas empresas, a exigência de<br />

acordos de confidencialidade e meios para evitar o vazamento de segredos.<br />

Patentes e outros mecanismos legais de apropriação<br />

Além do propósito de garantir proteção, patentes são consideradas como meio de incentivo<br />

à atividade de inovar, assim como uma fonte importante de informação. Marengo et al. (2009) e<br />

Cohen, Nelson e Walsh (2000), contrariando o senso comum, apontam que para a maioria dos<br />

setores industriais as patentes – quando usadas isoladamente para a proteção dos DPI –, mostramse<br />

pouco eficazes no cumprimento da tarefa a que se propõem.<br />

Nos últimos vinte anos, a atividade de patenteamento se intensificou sobremaneira em<br />

praticamente todos os setores, mostrando que as firmas ampliaram sua visão acerca dos atributos<br />

das patentes, para além da busca de proteção, obtenção de receitas com licenciamento e royalties:<br />

visam a utilizar o sistema de DPI de modo suplementar ao oferecido pela proteção legal e<br />

bloquear a entrada de concorrentes (COHEN, NELSON & WALSH, 2000; REITZIG, 2004;<br />

LAURSEN & SALTER, 2005).<br />

A análise dos mecanismos a seguir apresentados – de uso dos patent pools e patent<br />

thickets – permite justificar não apenas o aumento dos processos de patenteamento, mas demonstrar<br />

sua função enquanto estratégias de apropriação dinâmica de esforços de P&D. Desta forma,<br />

assim como se objetiva neste trabalho, ilumina-se a integração de comportamentos de proteção<br />

legal com as estratégias de competitividade em mercados baseados em inovação.<br />

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