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Intelectual Inovações Agricultura

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Atores e interações no sistema nacional de inovação para agricultura<br />

Além disso, o desenvolvimento da indústria de máquinas agrícolas no Brasil também encontra<br />

relação com o período mundialmente conhecido como revolução verde, marcadamente caracterizado<br />

pela intensificação de uso de insumos industriais no campo.<br />

Entre os anos de 1950 e 1970 houve um grande crescimento do número de empresas do<br />

setor, nacionais e estrangeiras, no Brasil. Destacam-se, entre as estrangeiras: Ford, Allis Chalmers,<br />

Valmet do Brasil, Massey Ferguson, Yanmar Diesel do Brasil, Fiat, Case e Fundituba Metalúrgica,<br />

todas implantadas no estado de São Paulo; além da empresa New Holland, no estado do<br />

Paraná. Paralelamente, no Rio Grande do Sul, foram criadas empresas nacionais, tais como: SFIL,<br />

Máquinas Ideal, Francisco Stédile (Fras-Le), Agrisa, Lavrale, Metalúrgica Arcovila, Fankhauser,<br />

Jan, Semeato e Stara (SPAT, 2009).<br />

Na década de 1970, consolida-se um novo padrão de produção na agricultura brasileira,<br />

havendo um aumento considerável na utilização de máquinas e equipamentos agrícolas. Até o<br />

início da década de 1960, a relação ha/trator era de um trator para cada 413 hectares plantados;<br />

em 1970, esta relação passa a ser de um trator para cada noventa hectares. Este aumento foi<br />

fortemente impulsionado pelo fornecimento de crédito rural subsidiado à compra de tratores,<br />

implementos e outras máquinas agrícolas (LUCENTE & NANTES, 2008).<br />

No entanto, em meados da década de 1980, no contexto de crise aguda no país, o setor de<br />

máquinas agrícolas entrou em uma forte crise, o que fez declinar drasticamente sua produção e<br />

levar à falência muitas empresas nacionais. Também na década de 1990, em virtude da política<br />

de abertura econômica, este segmento sofreu grande impacto negativo (GARCIA et al., 2008).<br />

No inicio da década de 2000, porém, iniciou-se um novo ciclo de crescimento da indústria<br />

de máquinas, como decorrência de alguns fatores como a criação do Programa de Modernização<br />

da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota); a desvalorização<br />

cambial e a elevação do preço mundial das commodities. Este novo cenário resultou no<br />

desempenho positivo da produção de tratores e de colhedoras na primeira metade dos anos 2000<br />

(VIAN, 2009).<br />

De acordo com diversos autores (VEGRO & FERREIRA, 2008; PONTES, 2004; REAME<br />

JR., 2008; SPAT, 2009; LUCENTE & NANTES, 2008), o segmento de máquinas e equipamentos<br />

agrícolas brasileiro se fortaleceu com a implantação do Moderfrota. O aumento da produção e<br />

das vendas proporcionou a renovação de mais de um terço da frota de máquinas agrícolas do<br />

país, além de conferir melhoria tecnológica para os equipamentos. Como resultado dessa política,<br />

além do crescimento da demanda interna, de 1999 a 2004, o Brasil passou a figurar entre os<br />

exportadores de máquinas agrícolas.<br />

Para Vian (2009) o impacto do programa sobre a demanda foi imediato, explicitando, novamente,<br />

a forte correlação entre crédito agrícola (em especial aquele destinado à mecanização da<br />

produção) e a demanda por máquinas e implementos. Com a criação do Moderfrota, a produção<br />

de máquinas passou de 28.221, em 1999, para 52.010 unidades, em 2002. Tal expansão representou<br />

também um crescimento de 3,4% ao ano, entre 2000 e 2007, sobre a venda de tratores,<br />

fato que incentivou a retomada dos investimentos no segmento de máquinas agrícolas.<br />

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