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Intelectual Inovações Agricultura

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Tecnologia e inovação no agro<br />

Tendências, premências e drivers de mudanças referentes a CT&I:<br />

cultura, investimento e infraestrutura, políticas públicas e inovação<br />

organizacional<br />

Como afirmamos anteriormente, na sociedade do conhecimento em que vivemos não sobram<br />

alternativas no caminho do progresso e do desenvolvimento sustentável que não seja a trilha das<br />

decisões baseadas em conhecimento, ciência, tecnologia e inovação. E nada disto conseguimos<br />

sem educação. O que nos imputa o desafio de caminhar apressadamente para nos transformarmos,<br />

nas próximas duas décadas, em uma potência global em educação e ciência, tecnologia einovação<br />

(CT&I), e, efetivamente, nos impõe, como nação, a construção de estratégias, de médio e longo<br />

prazo, para o enfrentamento de seis desafios: (a) exercer liderança na produção de alimentos, fibras<br />

e energia, consolidada com a geração de conhecimentos em agricultura tropical; (b) proteger e<br />

manter a maior biodiversidade tropical e maior reserva de água líquida, em superfície, do planeta;<br />

(c) consolidar a produção e avançar na pesquisa de energia limpa e renovável; (d) transformanos<br />

em potência petrolífera global, com a exploração do óleo em águas profundas (pré-sal);<br />

(e) afirmar a educação como um patrimônio de cada cidadão; e (f) melhorar nossas capacidades<br />

de apreender e inovar, construindo capacidades tecnológicas duradoras. Para vencer estes desafios<br />

serão necessárias mudanças na cultura, nas ações governamentais e na organização científicoindustrial-institucional<br />

nacional (CRESTANA & FRAGALLE, 2012; CRESTANA, 2014).<br />

Inovação endógena, capacidades e desenvolvimento<br />

A inovação é essencialmente de natureza endógena quando pretendemos utilizá-la como<br />

alavanca para o desenvolvimento de um país. No caso dos países em desenvolvimento, os desafios<br />

de Sísifo para o século XXI 2 e do Vale da Morte 3 estão colocados e precisam ser superados:<br />

as redes de pesquisa e inovação são quase totalmente dependentes do exterior e a ciência e a<br />

tecnologia estão desvinculadas da inovação e da produção e, portanto, das empresas e do parque<br />

industrial. Há um flagrante descasamento, principalmente nos instrumentos de coordenação e<br />

implementação, entre as políticas industrial, de ciência e tecnologia, agrícolas e ambiental, isto<br />

quando elas existem e sempre com risco de descontinuidade entre governos, o que praticamente<br />

impede a otimização das políticas de desenvolvimento.<br />

A liderança internacional da Petrobras, na exploração de petróleo em águas profundas, da<br />

Empresa Brasileira de Compressores S.A. (Embraco) em compressores, da Fundação Oswaldo<br />

Cruz (Fiocruz) em vacinas e doenças negligenciadas e do Instituto Nacional de Metrologia,<br />

2<br />

Nos países desenvolvidos, ciência, tecnologia e produção de bens estão fortemente conectadas e integradas, como parte<br />

do mesmo todo. A base científica e tecnológica é endógena. Quase o contrário ocorre em países em desenvolvimento com<br />

grande descompasso entre estes elementos e dependência científica e tecnológica externas. Reverter esta situação é o grande<br />

desafio de Sísifo do seculo 21 (CRESTANA, 2010). O mortal Sísifo, personagem da mitologia grega, considerado rebelde pelos<br />

deuses gregos, ao morrer foi condenado a empurar, por toda a eternidade, uma grande pedra até o cume de uma montanha,<br />

a qual rolava montanha abaixo sempre que estava prestes a alcançar o topo, invalidando o esforço despendido e forçando-o a<br />

recomeçar a tarefa.<br />

3<br />

De um lado do vale estão o paciente e o medico; de outro, o cientista. Com frequência, as novidades e expectativas geradas<br />

pela ciência não são traduzidas em produtos pela indústria na mesma velocidade de sua urgência ou não são liberados para<br />

comercialização (CRESTANA, 2010).<br />

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