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Intelectual Inovações Agricultura

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A indicação geográfica como estratégia para minimizar a assimetria de informação<br />

foram surgindo de forma gradativa, quando produtores e consumidores passaram a perceber<br />

sabores ou qualidades peculiares em alguns produtos que provinham de determinados locais. Essas<br />

características não eram encontradas em produtos equivalentes, feitos em outro local. Começou-<br />

-se a denominar os produtos que apresentavam um diferencial com o nome geográfico de sua<br />

procedência (BRUCH, 2013).<br />

As IGs são instituições mais conhecidas na Europa, mas pouco notáveis na América do Sul.<br />

Embora a proteção legal seja relativamente recente no continente europeu, datando de 1756 a<br />

concessão da primeira proteção legal, o uso de nomes geográficos remonta a alguns séculos e<br />

se consolidou como referência para os mercados independente da formalização permitida pela<br />

proteção legal, cujo objetivo inicial foi muito mais o de proteger os produtores de produtos de<br />

destaque associados a alguma região específica e evitar a usurpação de um nome consagrado do<br />

que assegurar a identificação de um produto com características diferenciadas, buscar vantagens<br />

competitivas e valorizar o local originário do referido bem (BRUCH, 2013; VIEIRA, WATA-<br />

NANE & BRUCH, 2012; VIEIRA & PELLIN, 2014).<br />

No âmbito brasileiro, a identificação dos produtos pela sua origem geográfica ocorre apenas<br />

há poucas décadas, e, apesar do grande interesse que o tema vem despertando, o número de<br />

indicações geográficas oficialmente reconhecidas é reduzido, assim como o conhecimento sobre<br />

o papel das IG.<br />

No presente trabalho, tem-se como objetivo analisar de que maneiras as indicações geográficas,<br />

tomadas como um mecanismo organizacional, podem reduzir as consequências da assimetria de<br />

informação existente. A base teórica encontra-se nos pressupostos da nova economia institucional,<br />

e o que se busca aferir é se o conhecimento da indicação geográfica, de seus pressupostos, do<br />

contido no Regulamento de Uso e pelos consumidores podem minimizar os efeitos da assimetria<br />

de informações sobre as relações contratuais, diminuindo assim os custos de transação.<br />

O procedimento metodológico utilizado na pesquisa é considerado qualitativo, e se caracteriza,<br />

quanto aos fins de investigação, como descritiva e aplicada e, quanto aos meios, como bibliográfica,<br />

documental e de campo, com o apoio da observação participante (VERGARA, 2005). O artigo<br />

está estruturado em cinco partes, incluindo a introdução. Na segunda parte, abordam-se conceitos<br />

relevantes sobre instituições e assimetria de informação. Na terceira parte, trata-se das características<br />

e tendências de produção com foco na qualidade (safety food). Na quarta parte, discorre-se sobre<br />

o mecanismo organizacional específico das indicações geográficas – conceitos e importância do<br />

conselho regulador e suas normas. Para finalizar são apresentadas as considerações finais.<br />

Instituições e assimetria de informação<br />

A segurança e a qualidade dos alimentos têm ganhado expressiva atenção dos agentes da<br />

cadeia agroindustrial, cujos estímulos abrangem desde demandas crescentes dos consumidores por<br />

alimentos seguros, exigências técnicas dos demais elos constituintes da cadeia e, principalmente, a<br />

necessidade de cumprimento de normas técnicas voluntárias, regulamentos obrigatórios e demais<br />

determinações legais.<br />

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