Intelectual Inovações Agricultura
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Propriedade <strong>Intelectual</strong> e <strong>Inovações</strong> na <strong>Agricultura</strong><br />
desenvolvimento da pesquisa (RODRIGUES, 1987). Atualmente, a instituição atua por intermédio<br />
de 46 unidades descentralizadas, 16 escritórios e 17 unidades administrativas, estando presente<br />
em praticamente todos os estados da federação.<br />
A Embrapa segue incumbida da coordenação das atividades de CT&I agrícola nacional, sendo<br />
reconhecida como uma das maiores instituições públicas de pesquisa (IPP) do mundo, notadamente<br />
em relação às questões que afetam a agropecuária tropical (de baixo carbono). Diversos<br />
estudos apontaram sua importância, individualmente e como coordenadora do SNPA, para o<br />
desenvolvimento agropecuário nacional (GASQUES, BASTOS & BACCHI, 2008; SALLES-<br />
FILHO et al., 2000; FUCK, 2009; MENDES, 2009). Para Alves, Marra e Silva e Souza (2013,<br />
p. 125-126), a Embrapa é parte de um grande complexo de CT&I que inclui as três esferas de<br />
governo, a iniciativa privada, órgãos financiadores brasileiros e externos, instituições de pesquisa<br />
do mundo desenvolvido e em desenvolvimento. Do ponto de vista da CT&I, “é este poderoso<br />
complexo que abastece o agronegócio com tecnologia e é abastecido por ele com problemas a<br />
estudar e por questionamentos.”<br />
É inegável a contribuição da Embrapa em todo o processo de modernização da agricultura<br />
brasileira desde a década de 1970. Mas é perceptível também que a instituição não é mais<br />
hegemônica. Desde os anos 1990, com aprofundamento nos anos 2000, realizar tarefas de<br />
pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) é algo que envolve muitos e variados elementos,<br />
inclusive com a entrada no cenário de atores – especialmente empresas, muitas multinacionais<br />
– que passaram a fazer trabalhos de PD&I, produção, transferência de tecnologia e assistência<br />
técnica sob as mesmas bases que praticamente só a Embrapa (e algumas Organizações Estaduais<br />
de Pesquisa Agropecuária, as Oepas) fazia até então.<br />
A forma de atuação da Embrapa com os diversos atores de inovação do agronegócio brasileiro<br />
dá-se via “estruturação e formatação de redes, parcerias e arranjos, que envolvem setores privados<br />
e também o setor público, geradores de tecnologia para a agricultura no Brasil” (CONTINI &<br />
ANDRADE, 2013, p. 577). Mas, juntamente a ações cooperativas, a Embrapa também concorre<br />
com atores privados e mesmo públicos envolvidos nas atividades de PD&I da agricultura.<br />
As vantagens da Embrapa, neste caso, ainda segundo Contini e Andrade (2013), estão relacionadas<br />
às competências técnicas multidisciplinares de seu quadro de pesquisadores; à PD&I<br />
orientada para temas de longo prazo e de interesse estratégico para o país; e à inovação focada nos<br />
impactos sociais, econômicos e ambientais, independente de retorno econômico direto à empresa.<br />
Por outro lado, a IPP tem dificuldade em atuar em mercados competitivos e em estabelecer parcerias<br />
com o setor privado devido aos marcos legais/regulatórios restritivos, que criam entraves à<br />
celebração de contratos e parcerias, captação e internalização de recursos privados para PD&I,<br />
entre outros aspectos; os investimentos insuficientes em recursos humanos e infraestrutura para<br />
o desenvolvimento de PD&I nas áreas da fronteira do conhecimento; ou seja,<br />
[...] dificuldades institucionais e restrições legais à execução de pesquisas, à contratação de profissionais<br />
com o perfil adequado, à impossibilidade de utilizar de forma plena e flexível os recursos<br />
financeiros captados no estabelecimento de parcerias e na venda de produtos com o consequente<br />
engessamento institucional da Embrapa e das demais instituições públicas de PD&I (CONTINI<br />
& ANDRADE, 2013, p. 580-581).<br />
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