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Pensando o ritual - Sexualidade, Morte, Mundo

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dadeiro” instituído por Platão acabou por transformar-se em<br />

fábula (Fabel). Depois de ter acenado à sua completa desmistificação<br />

por parte dos espíritos livres, ele conclui que junto<br />

com o mundo verdadeiro se expulsou (abgeschafft) também o aparente<br />

(scheinbar). 3 Essa afirmação constitui o ponto de chegada<br />

de sua reflexão sobre o aparecer, uma vez que as notas<br />

posteriores não trazem nenhuma contribuição nova nem esclarecem<br />

as conseqüências da sua recusa dos conceitos<br />

metafísicos de realidade e aparência.<br />

Neste século, Heidegger e Klossowski realizaram a tarefa<br />

de repensar o problema do aparecer, movendo-se por<br />

caminhos completamente diferentes daqueles indicados por<br />

Platão. Ambos recusam o conceito metafísico de aparência<br />

e opõem-lhe uma nova problemática, que, no caso de Heidegger,<br />

gira em torno de uma nova interpretação da palavra<br />

fenômeno e, no caso de Klossowski, em torno do conceito<br />

de simulacro. O pensamento heideggeriano mantém relação<br />

muito complexa com Nietzsche, fazendo questão de<br />

apresentar-se, em geral, como alternativo relativamente a<br />

ele. 4 A reflexão klossowskiana a respeito do simulacro nasce,<br />

por sua vez, de uma leitura de Nietzsche que mantém<br />

com o texto uma relação de consonância e de afinidade. 5<br />

Entretanto, apesar desses posicionamentos conceituais diferentes<br />

com relação a Nietzsche, ambos abrem horizontes<br />

conceituais nos quais a eliminação simultânea dos conceitos<br />

metafísicos reciprocamente complementares de mundo verdadeiro<br />

e de mundo aparente é inteiramente assumida e pensada<br />

muito além de Nietzsche, em dois sentidos diferentes<br />

e até mesmo opostos.<br />

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