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Pensando o ritual - Sexualidade, Morte, Mundo

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Capítulo VI<br />

O ser-para-a-morte e<br />

o simulacro da morte<br />

1 Diversão e recalque da morte<br />

Uma das aquisições fundamentais de Ser e tempo consiste<br />

em ter posto de lado a concepção metafísica da morte.<br />

Não se trata apenas da idéia teológica da morte, entendida<br />

como entrada em uma outra vida, mas também da idéia<br />

humanista, que considera a morte uma simples-presença estranha<br />

à vida humana ou extrinsecamente ligada a ela.<br />

Heidegger escreve: “A morte é um modo de ser que o ser-aí<br />

(Dasein) assume a partir do momento em que é”. 1 Isso significa<br />

que a definição naturalista, ao entendê-la como óbito,<br />

não é apenas extremamente redutora, como também solidária<br />

com uma concepção da existência entendida ela mesma<br />

como simples-presença, excluindo todo ser-possível, e portanto<br />

derivada da metafísica. A concepção teológica da morte<br />

como ingresso na eternidade fundamenta-se numa teoria<br />

metafísica do homem, entendido como imagem de Deus. Da<br />

mesma forma, a concepção humanista da morte, entendida<br />

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