UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC
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115<br />
ao oeste do estado, onde trabalhava para uma prefeitura, enquanto<br />
buscava documentos que não tinha consigo:<br />
Aí eu, tem trabalhar pra lá, arrumar um dinheiro<br />
pra lá, pra ajudar eles; na verdade pra ajudar<br />
eles. Aê, quando eu chego de lá, vim pegar uns<br />
documentos que tinha deixado aqui, vou pegar os<br />
documentos lá porque tinha me oferecido lá um<br />
contrato que tinha que fazê umas 150 mil pedra<br />
pra fazer, e eu tava sem documento. Eu saí<br />
rapidamente daqui, não deu tempo. Aí eu vim<br />
pegá os documento aqui. Aí, quando eu cheguei<br />
aqui pra num dia porque tinha que viajar no<br />
outro... Cheguei de manhã aqui, quando foi num<br />
dia eu tô saindo na porta, daí a polícia chegou<br />
assim: “[...] ó, o senhor tá preso e sabe por quê”;<br />
“não sei”; “é, tá acusado de estupro”.<br />
Esta cena, porém, não explica em nada as circunstâncias nem as<br />
acusações. Apenas relega para a polícia a culpa por estar aprisionado,<br />
quando esta nada tem a ver com as condições que o levaram às presentes<br />
condições de sua vida. Seu relato é conflitante no tocante às suas<br />
acusações, visto que ora fala apenas de uma violência física praticada<br />
contra a filha menor, ora fala da acusação como sendo de atentado<br />
violento ao pudor. Parece tentar fazer com que o pesquisador<br />
desconsidere as acusações, atendo-se à sua versão da história de que<br />
houve apenas violência física (mesmo que grave). Sobre este tema,<br />
inicialmente fala que: “[...] é que foi que, fui chamar atenção de uma<br />
filha minha, que era meia vagabunda”. Ao ser perguntado sobre o que<br />
entende pelo termo vagabunda que utiliza, responde:<br />
Vagabunda que eu digo é que... fica... querendo<br />
destruir família dos outro, entendeu? Aí morava<br />
lá um homizinho que morava... trabalhava lá,<br />
querendo... saí com o cara. Aí fui chamar atenção<br />
que o cara era casado, que eu não queria<br />
problema, que eu me dava bem com os vizinho,<br />
me dô bem com os vizinho, morava lá. Então eu<br />
não queria uma coisa daquela ali, né? Ficava<br />
feio. Eu fui chamar a atenção dela, ela [bate na<br />
mesa] simplesmente ela... me respondeu mal, que<br />
nenhum nunca filho meu me respondeu mal. Eu<br />
nunca respondi mal pro pai meu, né? Então eu