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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC

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lhe parece ter nada a ver com as acusações que o colocaram na<br />

penitenciária.<br />

Dylan já faz menção ao desejo sexual que sentia por esta<br />

funcionária muito antes de seu efetivo envolvimento: “claro, ixi,<br />

transemo mais de três, três, quatro vezes, nem sei quanto tempo. Tive,<br />

sim; tive, sim; era uma mulher lá, treze anos, era uma nave,<br />

entendesse? Até porque eu... desde uns treze, ela já trabalhava comigo,<br />

até uns quinze, quando nós iniciamos, e dezesseis, o final”. Neste ponto<br />

de sua fala, Dylan se utiliza da construção do conceito de mulher como<br />

maneira de escandir a atração por uma pessoa que, em sua idade de treze<br />

anos, ainda constaria como impossibilitada de consentir o ato sexual<br />

segundo a legislação brasileira tal como vigente à época quando a pena<br />

de Dylan foi aplicada. O Art. 214, em parágrafo único, definia menores<br />

de quatorze anos como impossibilitadas de consentir; porém, em 7 de<br />

Agosto de 2009, foi revogado em sua totalidade.<br />

Outro ponto interessante no tocante à sua relação com esta exfuncionária<br />

é apoiado pela fala a seguir: “aí na perícia localizaram fotos<br />

de crianças lá na máquina da Lan House, e eu e a [...], a funcionária e<br />

eu meio que fizemo um bookzinho de sacanagem, só que eu tinha<br />

apagado isso tudo, né? Eu não deixei na máquina”. Esta fala levanta<br />

dois pontos sobressalentes à análise de seu envolvimento, sendo o<br />

primeiro o fato de que a produção resultante deste envolvimento com<br />

sua funcionária não foi apenas o relacionamento em si, mas fotos<br />

reveladoras do mesmo, as quais Dylan não explica para que foram<br />

utilizadas. Em segundo lugar, destaca-se o fato de que posteriormente as<br />

mesmas fotos tenham sido apagadas, uma medida de precaução que é<br />

colocada como natural e resultante das acusações que vinha sofrendo,<br />

mesmo que, sob um segundo olhar, não pareçam assim tão lógicas<br />

quanto supostamente o discurso de Dylan estabelece. Apagar as fotos<br />

não parece fazer sentido, exceto se colocadas sob a égide de uma<br />

possível descoberta por dois agentes: a esposa de Dylan ou a polícia.<br />

Deixando de lado as incongruências no discurso de Dylan,<br />

agora o enfoque recai sobre a pornografia infantil encontrada em seus<br />

computadores. Segundo Dylan, a explicação para a perícia ter<br />

encontrado tais materiais é o uso de seus computadores fora de sua loja,<br />

em um sistema de locação de máquinas para uso pessoal:<br />

Essas foto de criança também quando vinha da<br />

locação dos computador. O computador era<br />

locado, né? Quando vinha os computadores da...<br />

da... da locação, eu zerava os computadores,

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