12.05.2013 Views

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

teoria. (Polaschek & Gannon, 2004, p. 302;<br />

tradução minha). 17<br />

A clara falta de qualquer empatia com suas vítimas, mesmo<br />

aquelas com quem tinha envolvimentos, afetivos também chama a<br />

atenção, principalmente quando comparada a uma situação descrita pelo<br />

sujeito (Quiron) dentro da penitenciária:<br />

Eu não gosto de estrupador. Eu sou um<br />

estrupador e não gosto de estrupador. Eu fui<br />

morar com dois estrupador, quase matei um lá<br />

dentro do cubículo. Soube que ele estuprou uma<br />

menina. [...] Me deu uma neurose do que eu fiz<br />

e... pô... é erro... e ele falou que estuprou a filha<br />

dele; eu fiquei mais nervoso ainda. Aí desci o<br />

sarrafo nele.<br />

Fernandez & Marshall (2004), em seu estudo com agressores<br />

sexuais apenados, concluíram que “estupradores podem suprimir<br />

empatia primariamente em relação às suas próprias vítimas em vez de<br />

sofrer de um déficit de empatia generalizado.” (tradução minha) 18 . Isso<br />

significa que o que parece completamente paradoxal em primeira<br />

instância é considerado pelos autores do estudo uma estratégia de defesa<br />

que tem o claro intuito de fazer com que o sujeito seja capaz de<br />

continuar cometendo tais crimes ao mesmo tempo em que o protege da<br />

possível identificação com o dano causado à vítima:<br />

Negação, minimização e racionalização das<br />

ofensas efetivamente retira as bases ou subestima<br />

o dano provocado à vítima e atribui<br />

responsabilidade a fatores externos aos ofensores<br />

sexuais eles mesmos. Estas distorções permitem<br />

ofensores sexuais a continuar ofendendo pois<br />

17 “When applied to rape, Polaschek and Ward described this theory as strongly rooted in<br />

traditional patriarchal ideas about men being in charge of women because men are<br />

perceived to be more psychologically mature and sexually sophisticated. In addition to<br />

having sex when they want to, entitled men are also justified in punishing a woman who<br />

is not suitably subservient to their needs. So, "rape serves as a way to keep women in<br />

their place" is a representative cognitive distortion for this theory.” (Polaschek &<br />

Gannon, 2004, p. 302).<br />

18 “rapists may suppress empathy primarily toward their own victim rather than suffer<br />

from a generalized empathy deficit”<br />

155

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!