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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC

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compreenda diferentemente o significante estupro – e portanto produza<br />

sujeitos diferentemente atrelados ao mesmo.<br />

2.5 Pulsão de Agressividade, Pulsão de Dominação e Pulsão<br />

de Destruição<br />

No texto “O mal-estar na civilização”, Freud conceitua a pulsão<br />

de maneira ampla, discorrendo sobre sua relação intrínseca com a libido.<br />

Neste texto, ainda faz a diferenciação entre pulsão objetal e pulsão do<br />

ego, que posteriormente seria modificada. Pensa, assim, à maneira<br />

freudiana de pares binários e antitéticos.<br />

Foi para denotar a energia destes últimos [“instinto”<br />

objetal], e somente deles, que introduzi o termo<br />

‘libido’. Assim, a antítese se verificou entre os<br />

instintos do ego e os instintos ‘libidinais’ do amor<br />

(em seu sentido mais amplo) que eram dirigidos a<br />

um objeto (id., 1930, p. 140).<br />

No entanto, o foco logo passa para o que designa pulsão sádica,<br />

que chama atenção de Freud por ser compreendido como tendo um<br />

objetivo diferente dos outros pulsões, neste caso, muito além do amor.<br />

Ademais, encontra-se ligado às pulsões do ego, e aqui Freud faz a<br />

ligação com a pulsão de dominação, salientando o fato de que não a<br />

entende como possuindo um propósito libidinal. Logo após este trecho,<br />

no entanto, aponta sua mudança de olhar, colocando que “essas<br />

discrepâncias foram superadas; afinal de contas, o sadismo fazia<br />

claramente parte da vida sexual, em cujas atividades a afeição podia ser<br />

substituída pela crueldade” (id., 1930, p. 140).<br />

A mudança radical que esta posição introduz é a relação estreita<br />

com o narcisismo, “isto é, a descoberta de que o próprio ego se acha<br />

catexizado pela libido, de que o ego, na verdade, constitui o reduto<br />

original dela e continua a ser, até certo ponto, seu quartel-general”<br />

(ibid., p.140). Isso indica que necessariamente existe, sim, uma injeção<br />

de libido neste objeto, mas que este tem como alvo o próprio sujeito. É<br />

uma teorização que vai ter longa e frutífera ação nos desenvolvimentos<br />

posteriores da psicanálise, leia-se, na maneira como Lacan irá pensar a<br />

pulsão parcial (que, com efeito, entende como sendo a única expressão<br />

possível da pulsão).<br />

Levanta também o aspecto necessário e produtivo que esta<br />

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