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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC

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psíquica:<br />

Mas o natural instinto [pulsão] agressivo do<br />

homem, a hostilidade de cada um contra todos e a<br />

de todos contra cada um, se opõe a esse programa<br />

da civilização. Esse instinto [pulsão] agressivo é o<br />

derivado e o principal representante do instinto<br />

[pulsão] de morte, que descobrimos lado a lado de<br />

Eros e que com este divide o domínio do mundo<br />

(ibid., p. 145).<br />

Tal afirmação é reiterada em seu texto “Por que a guerra?”, no<br />

qual destaca que<br />

Muito raramente uma ação é obra de um impulso<br />

instintual único (que deve estar composto de Eros e<br />

destrutividade). A fim de tornar possível uma ação,<br />

há que haver, via de regra, uma combinação desses<br />

motivos compostos (ibid., 1930, p. 253).<br />

A pulsão de morte, na última teoria das pulsões que faz Freud,<br />

designa uma categoria fundamental de pulsão que se contrapõe às<br />

pulsões de vida, tendendo à redução completa das tensões no sujeito.<br />

Com efeito, trata-se de devolver o ser vivo ao estado inorgânico e<br />

homeostático.<br />

O conceito de pulsão de morte continua sendo um dos que<br />

causam várias dissidências dentro da própria psicanálise, o que indica<br />

certa resistência dos próprios psicanalistas em absorver um conceito tão<br />

radical, mesmo em uma classe que costuma ter suas teorias tidas como<br />

radicais. Freud se utiliza de uma metáfora organicista, segundo a qual<br />

toda célula de um organismo pluricelular tenderia a voltar a um estado<br />

de homeostase completa, portanto a pulsão de morte levaria sempre um<br />

organismo à morte por fatores internos (Laplanche & Pontalis, 1967, p.<br />

336), o que parece condizente com o envelhecimento e eventual morte<br />

de todo organismo, mesmo que não explique as mortes por outros meios<br />

ou mesmo a violência contra outros organismos. A pulsão de morte<br />

está inextricavelmente ligada a outras pulsões, como a de dominação e a<br />

de destruição. Esta teorização é explicada por sua ligação libidinal em<br />

diferentes vetores: quando ligada ao sexual, é entendida como o<br />

sadismo, voltada para o exterior; quando voltada para o interior, compõe<br />

o masoquismo primário, erógeno ( Laplanche & Pontalis, 1967, p. 337).<br />

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