UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ao comportamento – provocativo-sexual e/ou de adesão às preliminares<br />
– da vítima) (Hermann, 2007, p. 34).<br />
Há um paradoxo na posição do sujeito vítima da violência<br />
sexual: de um lado a violação é entendida como a morte, porém a única<br />
maneira de escapar à morte na violação sexual é aceitá-la. A violação é<br />
tão aterradora porque é como a morte, e este medo totalizador desarma,<br />
impedindo a vítima de lutar contra o ataque, de sorte que<br />
Podemos eludir los limites de una perspectiva<br />
empírica si desarrollamos una política de la<br />
fantasía y la representación. La violación existe<br />
porque nuestra experiencia y el despliegue de<br />
nuestros cuerpos es efecto de las interpretaciones,<br />
representaciones y fantasías que a menudo nos<br />
posicionan de maneras conducibles a la<br />
realización del guión de la violación: paralizadas,<br />
incapaces de ejercer violencia física, temerosas<br />
(Marcus, 1992, p. 83).<br />
Sharon Marcus propõe uma outra análise sobre a violência<br />
sexual “como um hecho lingüístico arguye que ésta se halla estructurada<br />
como uma lengua, uma lengua que moldea tanto las interacciones<br />
verbales como las físicas entre una mujer e su potencial atacante” (ibid.,<br />
p. 66). Aqui a relação com a psicanálise parece estreitar-se ainda mais,<br />
visto que uma das máximas lacanianas (“o inconsciente está estruturado<br />
como uma linguagem”, de seu Seminário XX – Mais, Ainda) parece<br />
permear de maneira patente a teoria de Marcus. Neste momento, posso<br />
afirmar meu intuito de passar de um campo a outro e utilizar os<br />
conceitos e práticas psicanalíticos aliados às teorias feministas para<br />
realizar uma análise mais complexificada do campo da violência sexual:<br />
59<br />
Otra manera de negarnos a reconocer la violación<br />
como un hecho insoslayable de nuestras vidas es<br />
tratarlo como un factor linguístico: preguntarse<br />
cómo la violación está apoyada por los relatos,<br />
obsesiones e instituciones cuyo poderío deriva no<br />
de una fuerza directa, inmutable e invencible sino<br />
de su poder para estructurar nuestras vidas como<br />
guiones culturales que se nos imponen.<br />
Comprender la violación de esta manera es<br />
comprenderla en su posibilidad de cambio<br />
(Marcus, 1992, p. 65).