UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA ... - CFH - UFSC
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dirige hacia un objeto exterior y constituye el único elemento presente<br />
en la crueldad primitiva del niño” (Laplanche & Pontalis, 1967, p. 328).<br />
A pulsão de dominação aparece pela primeira vez em 1905 nos<br />
escritos Freudianos e não é compreendida como uma pulsão que teria<br />
como alvo o sofrimento do outro – na verdade, parece simplesmente não<br />
levar o outro em conta – e, portanto, é independente da sexualidade. Em<br />
1913, ao fazer a relação da pulsão de dominação com a fase anal-sádica<br />
do desenvolvimento psicossexual, Freud estabelece uma relação da<br />
pulsão de dominação com o sadismo e indica que apenas quando esta<br />
está a serviço da sexualidade é que pode, então, ser chamada de sádica<br />
(Laplanche & Pontalis, 1967, p. 328).<br />
Com a publicação de “Mais além do princípio do prazer” e a<br />
introdução da pulsão de morte, o problema de uma pulsão específica de<br />
dominação se coloca de maneira diferente. Portanto, a relação com o<br />
sadismo se vê completamente modificada, uma vez que, ao não mais<br />
estar atrelada à pulsão de dominação, o sadismo toma sua face mais<br />
reconhecida ao estar relacionado com a destruição, tema recorrente da<br />
pulsão de morte. A partir deste momento, a pulsão de dominação figura<br />
como algo de que o sujeito se utiliza para controlar a excitação, seja esta<br />
advinda de suas próprias pulsões ou do exterior (Laplanche & Pontalis,<br />
1967, p. 329).<br />
A pulsão de destruição muitas vezes é utilizada por Freud no<br />
mesmo sentido que pulsão de morte, mas pulsão de destruição tem o<br />
sentido de pulsão de morte aplicada à experiência psicológica e<br />
biológica, assim como pulsão de morte aplicada ao mundo exterior.<br />
Freud também se utiliza do termo pulsão de destruição para delimitar o<br />
fim da pulsão de morte, visto que a pulsão em geral é considerada um<br />
conceito limítrofe em psicanálise, na medida em que faz uma necessária<br />
imbricação entre a vida psíquica e o exterior ao sujeito. Entende-se que<br />
a pulsão de destruição se refira aos efeitos mais acessíveis e manifestos<br />
da pulsão de morte, em especial pela dificuldade que teve Freud de dar<br />
exemplos que conseguissem especificar de maneira completa a pulsão,<br />
tornando este um conceito limite de um conceito que em si é definido<br />
por limites (Laplanche & Pontalis, 1967, p. 331).<br />
Freud sempre criticou teorias das pulsões que fizessem a<br />
tentativa de uma catalogação. Afirmava que existem tantas pulsões<br />
quantas atividades humanas, sendo apenas possível que se analise a<br />
própria pulsão para que se compreendam os fatores decompostos da<br />
pulsão. Estes fatores, ou componentes, são interligados e se relacionam<br />
tanto com o corpo do sujeito quanto com o objeto alvo, mesmo que de<br />
maneiras diferentes.<br />
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