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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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A OBTENÇÃO DE COLÔNIAS 105<br />

coruja (Major Mitchel, citado por Jardine, apud H. F. Schwarz 1948 p.160). Já<br />

experimentei variantes desse método, mas não fui feliz. As <strong>abelhas</strong> voavam mal e<br />

aparentemente <strong>sem</strong> rumo certo.<br />

Em Cuba, F. Poey (1852 p.170) afirmava que as primeiras colônias do criador<br />

de <strong>abelhas</strong> indígenas ... "se buscarán en los bosques, observando el rumbo que<br />

tomam las Trigonas cuando salen de la corola de las flores". (Trata-se, lá, de uma<br />

espécie de Meliponini). Poey aconselhou também a fazer essa observação usando<br />

cerume e mel para atrair as primeiras <strong>abelhas</strong>. As suas palavras indicam que esse<br />

autor sabia que as <strong>abelhas</strong> retornam ao ninho voando em linha reta.<br />

Segundo o Professor Warwick Kerr, os caboclos de Rasgão (SP) e também os<br />

do Nordeste, dão primeiro uma baforada de fumo sobre uma abelha capturada nas<br />

flores, e depois soltam-na, procurando segui-la até a sua colônia. Quando essa<br />

abelha entra no seu ninho, as outras estranham o seu cheiro e saem em grande<br />

número, esvoaçando e zumbindo. Isso torna mais fácil a descoberta da colônia (in<br />

Nogueira-Neto, 1970 p.114).<br />

Oswaldo Lamartine de Faria e Hyperides Lamartine (1964 p. 189-190),<br />

contaram de modo muito interessante como as <strong>abelhas</strong> são segui<strong>das</strong> nos sertões do<br />

Seridó, no Nordeste. Alguns sertanejos, "... nos meses de seca, procuram as<br />

perdi<strong>das</strong> bebi<strong>das</strong> existentes - cacimbas, barreiros, etc. - e lá se acocoram<br />

atocaiando as <strong>abelhas</strong> que ali vão beber. Algumas podem vir em maior quantidade<br />

e freqüência. Espiam. Escolhem as que tomam mais altura no vôo de volta e<br />

dizem que elas assim fazem porque têm morada mais perto. Quando o cortiço está<br />

mais longe - justificam -as <strong>abelhas</strong> vão ganhando altura mais devagar, vencendo<br />

pouco a pouco o vento e a distância. Faz de conta que seja uma jandaíra... Espiam<br />

uma a uma as que bebem e o rumo que tomam de volta. Sentem a direção do<br />

vento. Atentam para a altura do vôo. Andam mais algumas braças naquele mesmo<br />

rumo e, de novo, botam sentido na passagem delas. Vêem passar a primeira, a<br />

segunda, a terceira... está confirmada a direção. Adiantam-se outras tantas braças<br />

e recomeçam o balizamento. E de lance em lance vão bater no pau em que está<br />

situada a jandaíra".<br />

Segundo os autores acima referidos, em Serra Negra (Rio Grande do Norte) "...<br />

ainda hoje são lembrados os feitos dos rastreadores como o negro velho Donato<br />

(...) escravo de Manoel Pereira Mariz (Faz. Solidão) e do velho Marcolino<br />

Fidelix..."<br />

É curioso notar que no México antigo foi usado também um método de captura<br />

de Meliponíneos, baseado na observação e acompanhamento do vôo dessas<br />

<strong>abelhas</strong>, depois destas beberem água em algum aguadouro (F. J. Alegre, apud C.<br />

F. Bennett Jr, 1964 p.88).<br />

O método mais racional, porém, parece ser o descrito pelo norte-americano G.<br />

H. Edgell (1949), usado em relação às <strong>abelhas</strong> européias. Deve servir também<br />

para os Meliponíneos. Resumidamente, consiste primeiro em capturar algumas<br />

<strong>abelhas</strong> nas flores e dar-lhes mel numa caixa. Depois elas são marca<strong>das</strong> e soltas.<br />

Vendo-se a direção do vôo e o

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