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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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270 AS PROPRIEDADES ANTIBIÓTICAS DO MEL<br />

Outra coisa que me parece importante, é o fato de que a produção do peróxido<br />

de hidrogênio no mel, é feita de modo continuado, constante, pela enzima<br />

glucose-oxi<strong>das</strong>e. Depois a produção para ou praticamente cessa, quando o pH<br />

desce a certo nível. Assim, provavelmente não adiantaria misturar no mel esse<br />

peróxido de uma só vez ou em poucas vezes. Não teria uma ação continuada.<br />

Além do mais, quantidades de peróxido de hidrogênio acima de certos níveis<br />

podem ter efeitos tóxicos. Seria perigoso.<br />

D. Michel Burgett (1974 p. 545) assinalou a presença e a atividade da enzima<br />

glucose-oxi<strong>das</strong>e na Trigona fuscipennis e numa Scaptotrigona sp. Também a<br />

constatou numa espécie de formiga (Myrmecocystus mexicanus) numa vespa<br />

(Protonectarina silveirae), em 3 espécies de Apis e em 2 MAMANGABAS<br />

SOCIAIS PELUDAS (Bombus perplexicus e B. fervidus). A meu ver isso<br />

indicaria provavelmente a presença dessa enzima em todos os Meliponíneos, nas<br />

demais <strong>abelhas</strong> e nos outros Hymenopteros que utilizam néctar e melatos.<br />

J. W. White & M. H. Subers (1963 p.93) verificaram que o efeito antibacteriano<br />

do peróxido de hidrogênio existente num mel depende de um excesso da sua taxa<br />

de produção em relação à taxa de sua destruição. Como já foi aqui explicado, D.<br />

Adcock (1962) mostrou que, quando está presente, a catalase diminui a<br />

quantidade do peróxido de hidrogênio existente. Além de também constatar isso,<br />

J. H. Dustmann (1971, apud P. Molan 1992 p.63) verificou que a catalase<br />

"provém do polem e do néctar de certas plantas", principalmente do néctar. Em<br />

outro trabalho, J. H. Dustmann (1978 p.9) citou diversos méis que têm<br />

quantidades relativamente grandes de catalase. Entre as plantas que originaram<br />

esses méis, esse autor colocou principalmente as famílias botânicas <strong>das</strong> Rosaceas<br />

e <strong>das</strong> Ericaceas. Aparentemente fez as suas pesquisas na Alemanha. Entre as<br />

Rosaceas, estão os Prunus. Pertencem a esse gênero o pessegueiro, a ameixeira, a<br />

cerejeira, a amendoeira, a nectarina, etc. Também foram cita<strong>das</strong>, entre as<br />

Rosaceas, a macieira (Pyrus malus) e "fruteiras em geral" (da Europa). J. H.<br />

Dustmann referiu-se também às Ericaceas, entre as quais estão os gêneros Erica e<br />

Rhododendron.<br />

Além da catalase, há outros fatores que também podem contribuir para eliminar<br />

ou diminuir a quantidade de peróxido de hidrogênio existente no mel. E o caso de<br />

certos componentes menores do mel vindos com o néctar, como grãos de polem,<br />

etc.; também podem influir nisso a estocagem, o manuseio e o processamento do<br />

mel (Jonathan W. White & Mary H. Subers, 1963 pp.98-99). Há ainda outros<br />

fatores a considerar. Desde o trabalho pioneiro de H. Dold, O. H. Du & S.T.<br />

Dziao em 1937 sabe-se que o calor acima de certos limites pode inativar<br />

completamente a atividade antibacteriana de um mel. Isso ocorre, em certos méis<br />

como se verificou depois, pela eliminação do peróxido de hidrogênio e certamente<br />

também da enzima glucose-oxi<strong>das</strong>e. H. Dold, O. H. Du & S. T. Dziao, nesse<br />

mesmo trabalho pioneiro, constataram

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