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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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AS MORTALIDADES DA CRIA 343<br />

subesp.). Havia nesses favos uma enorme mortalidade, abrangendo quase toda a<br />

cria jovem. Em conseqüência, a colônia pereceu. Não sei se essa mortalidade de<br />

larvas jovens era igual à que ocorre em colônias de MANDAÇAIA (M.<br />

quadrifasciata). Conforme tive ocasião de explicar, o Dr. L. Bailey não se referiu<br />

ao mofo que havia nessa amostra de cria morta, já antes do seu envio para exame.<br />

Parece-me que isso não teve importância sobre os resultados negativos do exame<br />

realizado por esse conceituado especialista em enfermidade de <strong>abelhas</strong>. A meu<br />

ver, essa mortalidade da cria jovem é devida a uma enfermidade causada por<br />

vírus, pois não foram encontrados microorganismos patogênicos ou suspeitos. Os<br />

vírus, convém explicar, não são visíveis nos microscópios comumente usados para<br />

detectar bactérias.<br />

Em 1994 e 1995 no meu meliponário na Capital Paulista, notei um problema<br />

<strong>sem</strong>elhante. Numa colônia de MANDAÇAIA (M. quadrifasciata) a cria se<br />

apresentou muito falhada quando foi observada na fase de casulo, nos poucos e<br />

pequenos favos de cria' que estavam nesse estágio. Não havia pré-pupas mortas<br />

visíveis. As falhas provavelmente ocorreram no início da vida <strong>das</strong> larvas ou nos<br />

embriões. Constatei bem isso em 1995 numa colônia de MANDAÇAIA. Nesse<br />

caso, toda a área central de 2 favos de cria estava com as suas células<br />

desmonta<strong>das</strong> pelas <strong>abelhas</strong>. Ainda havia algumas células intactas na periferia de<br />

um favo novo. Abri 6 dessas células. Em 4 delas havia ovos <strong>sem</strong>i-deitados. Em 2<br />

o embrião já estava na fase segmentada, deitado sobre o alimento larval. Eram<br />

embriões ou larvas iniciais. Estavam mortos. A colônia parecia estar <strong>sem</strong><br />

esperança de recuperação. Continuou a receber xarope de água e açúcar (60% em<br />

volume). Contudo, 71 dias depois, vi nessa colônia favos com casulos, algo<br />

irregulares mas que pareciam ter relativamente poucas falhas. As perspectivas de<br />

sobrevivência da colônia eram razoavelmente boas. Meses depois os favos de cria<br />

eram normais e a colônia estava forte e recuperada, mesmo <strong>sem</strong> ter recebido favos<br />

de cria ou polem de reforço (col. SP-Mqq-04).<br />

Observei 4 outras colônias de MANDAÇAIA com muitas falhas desse tipo.<br />

Uma dessas colônias possuía também larvas mortas de tamanho submediano.<br />

Havia de 10% a 70% de falhas, ocorri<strong>das</strong> em favos novos. Geralmente, porém,<br />

essas falhas foram constata<strong>das</strong> por mim nos favos quando estes já estavam na fase<br />

de casulo. Contudo, não vi pré-pupas mortas. As mortes devem ter ocorrido antes.<br />

Havia um estado de fraqueza prolongada nessas colônias, apesar do xarope de<br />

água com açúcar que recebiam mensalmente ou bimensalmente. Dessas 4<br />

colônias, desde meados de 1994, com o correr do tempo a que só recebeu xarope<br />

de reforço morreu. Uma que recebeu além do xarope também potes de polem de<br />

JATAI (Tetragonisca angustula) teve sua recuperação acelerada e de fracacrônica<br />

passou a sub-mediana; uma foi reforçada com favos de cria na fase de<br />

casulo, de colônias irmãs. Ela se tornou uma colônia mediana. O caso mais<br />

extraordinário foi a da quarta dessas colônias.

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