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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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266 AS PROPRIEDADES ANTIBIÓTICAS DO MEL<br />

bacteriostática e outra mais diluída foi bactericida. Isso pode ocorrer porque as<br />

diferentes amostras de mel variam no seu poder bactericida ou bacteriostático,<br />

devido a uma série de fatores, que examinarei mais adiante. Além disso, em<br />

relação à inibina (peróxido de hidrogênio), a ação antibiótica desta é muito mais<br />

intensa em méis diluídos.<br />

É interessante notar, segundo M. Cortopassi-Laurino e D. S. Gelli (1991 P-70)<br />

que a atividade antibacteriana dos méis por elas examinados teve efeitos que<br />

sugerem ... "alterações profun<strong>das</strong> na constituição celular, mais do que na<br />

vitalidade <strong>das</strong> bactérias", inclusive no que se refere à formação de esporos (formas<br />

de resistência).<br />

Marilda Cortopassi-Laurino e D. S. Gelli (1991) e também Peter Molan (1992),<br />

fizeram uma revisão geral da literatura sobre as atividades antibacterianas dos<br />

méis de Apis mellifera. Explicaram com detalhes que essas propriedades dos méis<br />

se devem a diversos fatores: alta concentração de açúcar e baixa porcentagem de<br />

água (com o conseqüente efeito osmótico), acidez (pH relativamente baixo e alta<br />

acidez livre), presença de peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ) em certos níveis e<br />

fatores antibacterianos diversos. Sobre o pH, mais adiante neste Capítulo haverá<br />

uma explicação.<br />

Marilda Cortopassi-Laurino e Dilma S. Gelli (1991 p.69) afirmaram que os<br />

méis dos Meliponíneos são "...certamente mais aquosos que os de A. mellifera e<br />

contêm até 36,4% de água. Isso se traduz numa maior possibilidade de<br />

fermentação e corresponde provavelmente a um equilíbrio com as taxas eleva<strong>das</strong><br />

de acidez..." M. Gonnet, P. Lavie e Nogueira-Neto (1964 p.3) afirmaram que a<br />

conservação correta de certas amostras de méis de Meliponíneos (que enviei à<br />

França para o exame de Gonnet e de Lavie) "pode ser explicada em parte graças à<br />

acidez desses méis, e de outra parte pela presença de substâncias antibióticas<br />

geralmente em concentração muito mais elevada que nos méis de Apis mellifera".<br />

Devo dizer que raramente vi uma fermentação do mel dos Meliponíneos no<br />

interior dos potes de cerume onde essas <strong>abelhas</strong> o guardam, exepto se a colônia<br />

está morrendo ou já morreu. Segundo Hermann von Ihering (1903 = 1930 p.685)<br />

"o mel dos Meliponíneos é muito líquido e <strong>sem</strong> outra precaução conserva-se<br />

pouco tempo". Isso ocorre, a meu ver, principalmente quando o mel é colhido ou<br />

guardado <strong>sem</strong> os devidos cuidados. Sugiro também ver o Capítulo 27 sobre<br />

"Como pasteurizar e conservar bem o mel".<br />

A falta de cuidados especiais de higiene pode contaminar o mel de<br />

Meliponíneos com levedos, durante a sua colheita. Isso pode levar o mel à<br />

fermentação, pois ele é muito aquoso nessas <strong>abelhas</strong>. Uma contaminação grande,<br />

além de outros fatores, permite aos levedos (leveduras) superar as barreiras<br />

antibióticas protetoras que os méis de Meliponíneos contêm. Irrompe então a<br />

fermentação. No próximo Capítulo serão examina<strong>das</strong> as melhores alternativas<br />

referentes à conservação dos méis.

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