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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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390 OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS<br />

área do Canal do Panamá, enquanto observava na floresta alguns experimentos de<br />

comunicação de Melipona panamanica, realizados pelo Dr. David W. Roubik e<br />

pelo Dr. James Nieh, tive ocasião de ver dois exemplares de tamanduá mirim<br />

(provavelmente Tamandua tetradactyla L.). Estavam no alto de uma árvore.<br />

Caminhavam e subiam com facilidade pelos galhos e troncos. Disse-me o Dr.<br />

David Roubik que esses animais atacam ninhos de Meliponíneos.<br />

Também observei um quati (Nasua nausa L.), na mesma ilha de Barro<br />

Colorado junto ao Canal do Panamá. Era um dos que ficaram mansos e<br />

perambulam perto <strong>das</strong> casas e laboratórios. Segundo me disse o Dr. David<br />

Roubik, certa vez os quatis subiram ao terraço dos laboratórios, no 2 o andar de um<br />

dos prédios e destruíram duas de suas colônias de Melipona panamanica. As<br />

<strong>abelhas</strong> estavam aloja<strong>das</strong> em segmentos de troncos ocos, cuja madeira já estava<br />

em estado algo precário. Segundo Rodolfo von Ihering (1940 pp.259-260), os<br />

quatis se alimentam de pássaros, ovos, insetos, frutas, milho plantado, etc. É<br />

preciso ter cuidado com esses animais quando domesticados (P. Nogueira-Neto,<br />

1973 p.282) pois podem morder gravemente.<br />

João Pedro Cappas e Sousa (informação pessoal), certa vez teve que viajar.<br />

Quando regressou, uma colônia de MANDAÇAIA {Melipona quadrifasciata<br />

quadrifasciata), no Alem Tejo, em Portugal, estava morta. Seu cachorro<br />

doméstico havia pegado, uma a uma, as <strong>abelhas</strong> campeiras. A meu ver, isso<br />

ocorreu porque o cão procurava "brincar" com esses Meliponíneos. O remédio<br />

contra essa situação é colocar as colmeias fora do alcance dos cães, algo mais<br />

altas.<br />

De um modo geral, no meliponário os mamíferos não devem ser vistos como<br />

inimigos perigosos. Pelo menos nunca tive aborrecimentos com eles. Contudo,<br />

quando <strong>sem</strong>i-domésticos, como no caso dos quatis de Barro Colorado, e sobretudo<br />

na Natureza, eles destróem as colônias de Meliponíneos, embora muito menos que<br />

as pessoas. É preciso considerar que nos Estados Unidos da América e no Canadá,<br />

apesar de todo o seu progresso, os ursos continuam causando prejuízos aos<br />

apicultores. Assim, por exemplo, a revista American Bee Journal (nov.1960<br />

p.439) publicou uma fotografia de uma cerca especial destinada a proteger um<br />

apiário contra os ataques de ursos. E... pasmem os leitores, a criação de <strong>abelhas</strong><br />

ficava nas montanhas próximas a Los Angeles, uma <strong>das</strong> maiores e mais prósperas<br />

cidades do mundo!

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