11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

236 LIMITAÇÕES SERIAS EM COLÔNIAS DE ESPÉCIES NÃO NATIVAS<br />

Uma possível explicação para a não fecundação de rainhas desses Meliponini<br />

procedentes de climas mais quentes, poderia ser encontrada no trabalho de Jaycox<br />

(1961 p.522). Esse autor verificou que os zangãos de Apis mellifera tiveram seu<br />

amadurecimento sexual seriamente prejudicado quando foram mantidos numa<br />

incubadora cuja temperatura era apenas 6°C (10°F) abaixo da temperatura ótima<br />

do ninho de cria. É possível, a meu ver, que nos Meliponíneos um abaixamento de<br />

temperatura tenha efeito <strong>sem</strong>elhante. O controle por termostato, que havia nas<br />

minhas estufas, estava sujeito a falhar devido a eventuais interrupções na corrente<br />

elétrica, etc. Além disso, obviamente, não há controle sobre a temperatura<br />

exterior, onde as <strong>abelhas</strong> voam.<br />

Ainda no caso da MARMELADA NEGRA (Frieseomelitta languida), Márcia<br />

Fátima Ribeiro (1989 pp-55, 65-68) levantou a questão de que ... "talvez não<br />

houves<strong>sem</strong> colônias em número suficiente para fornecer machos em quantidades<br />

adequa<strong>das</strong>." Nessa espécie de Meliponíneo, no Laboratório de Abelhas do IB-<br />

USP, em 4 anos de estudos, os zangãos... "foram vistos apenas ocasionalmente e<br />

<strong>sem</strong>pre em baixo número." Quero salientar que essas colônias estavam fora da sua<br />

região nativa quando foram estuda<strong>das</strong>.<br />

Em Melipona favosa, segundo descobriram M. J. Sommeijer & L. L. de Bruijn<br />

(1995) num local onde essa espécie é nativa (Tobago), havia um agregado de 400<br />

zangãos originários de várias colônias. A Profa. Vera L. Imperatriz-Fonseca<br />

lembrou (informação pessoal) que em lugares para onde foram leva<strong>das</strong> apenas<br />

poucas colônias de uma espécie de Meliponíneo, não se pode esperar a formação<br />

de grandes agregados como esse. A meu ver, embora possam ser várias as<br />

dificuldades que limitam a duração da vida <strong>das</strong> colônias de Meliponíneos não<br />

nativos, a causa fundamental dessa limitação é o estresse ecológico. Esse fato,<br />

repito, em geral tem recebido escassa atenção.<br />

A ausência de casulos reais<br />

A MARMELADA AMARELA ou BREU (Frieseomelitta varia) se reproduz<br />

normalmente, nos meus meliponários da Faz. Jatiara (Luziânia, GO) e da Faz.<br />

Aretuzina (São Simão, SP). Após a divisão <strong>das</strong> colônias, a que recebeu a rainha<br />

mãe continua com esta em atividade. A colmeia que não recebeu a rainha, mas<br />

que possui células de cria novas, em cacho, geralmente produz uma nova rainha,<br />

certamente a partir <strong>das</strong> células de cria novas. Às vezes, inicialmente, não há<br />

formação de nova rainha, mas nesse caso dou mais células novas e surge, depois,<br />

uma nova rainha. Assim, a nova colônia pode prosperar. Quero relembrar aqui,<br />

como já expliquei antes, que essa espécie não constrói células reais. Contudo, uma<br />

larva feminina perfura uma célula vizinha, come também o seu alimento e cresce<br />

muito. A pré-pupa, então, tece um casulo real, de onde emerge uma rainha. Yoko<br />

Terada (1974 pp.13-18 e 84-85) fez essa importante descoberta. Contudo, no meu<br />

meliponário de Itanhaém (SP)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!