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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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AS RAINHAS, AS OPERÁRIAS E OS MACHOS 79<br />

A postura dos ovos <strong>das</strong> rainhas-poedeiras é realizada durante um tipo de<br />

"ritual", em que a rainha e as operárias da sua corte avançam, recuam, tremem e<br />

"fixam" com a cabeça e suas antenas, as células ainda abertas.<br />

O Professor Dr. Shoichi F. Sakagami (1982 p.400-411) e seus<br />

colaboradores, como o Professor Dr. R. Zucchi e outros, relataram<br />

minuciosamente esses "rituais" em muitas espécies. Edouard Drory (1872 p.203)<br />

foi o primeiro a descrever esse comportamento. Quase um século depois, essas<br />

observações foram retoma<strong>das</strong> e detalha<strong>das</strong> por Shoichi F. Sakagami & Ronaldo<br />

Zucchi (1963) e por outros pesquisadores.<br />

Priscila Darakjian (1991) viu variações nesse "ritual", na MANDAÇAIA<br />

(Melipona quadrifasciata), segundo o estado da colônia.<br />

Como já foi explicado aqui, as rainhas de quase to<strong>das</strong> as espécies de<br />

<strong>abelhas</strong> indígenas da tribo Trigonini são cria<strong>das</strong> em células reais, bem maiores<br />

que as células de cria de operárias e machos, geralmente na periferia dos favos de<br />

cria (H. von Ihering, 1903 = 1930 p.502). Contudo, nas MARMELADAS ou<br />

BREU e afins (Frieseomelitta spp) não há células reais, mas apenas casulos reais.<br />

Como já foi explicado, estes são formados depois que uma larva feminina invade<br />

uma célula de cria vizinha, consome o conteúdo alimentar da mesma e, assim,<br />

tece depois um casulo bem maior (Yoko Terada, 1974 p. 19-24). Segundo essa<br />

autora observou, em Leurotrigona às vezes há células reais, outras vezes só<br />

casulos reais.<br />

Também nos Trigonini podem haver rainhas pequenas (H. von Ihering,<br />

1912 p.44-45). Essas rainhas menores se desenvolvem em células de tamanho<br />

comum de operárias como H. von Ihering (loc.cit.) inferiu e L. Juliani (1967 p.52-<br />

53) comprovou. Outras vezes são células de cria um pouco maiores que as de<br />

operárias (Nogueira-Neto, 1957 p.880).<br />

Roger Darchen & Bernardette Delage-Darchen (1971 p. 121-134),<br />

verificaram nos Meliponíneos africanos Axestotrigona eburnensis e em<br />

Hypotrigona pothieri D. que uma "sobre-alimentação muito ligeira" já era<br />

suficiente para transformar uma operária em rainha pequena.<br />

João M. F. Camargo (1974 p.464) explicou que na Schwarziana<br />

quadripunctata (Lepeletier) (GUIRUÇU ou IRUÇU) as células reais geralmente<br />

não estão na periferia dos favos de cria, ao contrário do que costuma ocorrer nos<br />

Trigonini. Essas células, na GUIRUÇU, "... são relativamente pequenas " e estão<br />

"...no interior do favo, as<strong>sem</strong>elhando-se mais ao tipo Melipona". Lucio A. de<br />

Oliveira Campos & Marco Antonio Costa (1989 p.1000), afirmaram que Campos<br />

e colaboradores também viram rainhas pequenas em Trigonini, mas "o papel<br />

dessas rainhas é ainda desconhecido".<br />

Os Meliponíneos parasitas (Lestrimelitta limao e outras) certamente<br />

constróem células reais, pois as suas rainhas, tal como ocorre nos demais<br />

Trigonini, são maiores que as operárias. Veja o magnífico trabalho de Herbert F.<br />

Schwarz (1948 p.65,185-187).<br />

Segundo comentou Shoichi F. Sakagami (1982 p.377), a cria constituída<br />

pelas rainhas desenvolve-se mais lentamente que a cria

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