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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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A ORFANDADE 229<br />

Diante do exposto, é necessário saber o que revelaria a dissecção de ovários e<br />

ovaríolos de operárias MANDAÇA1A (M. quadrifasciata), em diversas situações,<br />

para então saber da possibilidade prática da existência da categoria de rainhasobreiras-poedeiras-fecunda<strong>das</strong>,<br />

proposta por Cappas e Souza (1992 pp.58-59).<br />

Sobre essas questões, sugiro ler o Capítulo 6 referente a "Rainhas, operárias e<br />

machos". Veja também os comentários feitos no início do presente capítulo, nas<br />

suas "Considerações gerais".<br />

As operárias poedeiras produtoras de zangãos<br />

Há cerca de 2.300 anos atrás, Aristóteles escreveu que algumas pessoas<br />

chamam de "mães" aos "governadores" <strong>das</strong> colônias e que se não há<br />

"governador", somente são produzidos machos e não operárias (H. M. Fraser 1951<br />

p.16). Isso se referia à Apis mellifera.<br />

Esse "governador" seria o que chamamos hoje rainha. Aristóteles não conhecia<br />

com certeza a origem dos zangãos. O apicultor alemão Riem (F. Huber, 1814, I<br />

pp.152, 155) foi o primeiro a descobrir que na colônia órfã aparecem operárias<br />

poedeiras que produzem ovos, dos quais nascem machos. Foi Dzierzon, porém,<br />

quem verificou, em 1845, que os zangãos são derivados de ovos não fecundados,<br />

estabelecendo assim a teoria da partenogênese (O. W Park, in R. A. Grout 1949 P-<br />

54).<br />

Warwick Kerr (1949 p.46) disse que a orfandade, com o aparecimento de<br />

operárias poedeiras e seus filhos machos, foi observada por ele "... em diversas<br />

espécies do gênero Melipona, e também por Paulo Nogueira-Neto em espécies do<br />

gênero Trigona". Note-se que o nome desse gênero foi usado aí em sentido lato,<br />

ou seja, correspondendo à tribo Trigonini.<br />

Continuou o Professor Warwick Kerr (loc.cit.): "Por um estudo anatômico da<br />

espécie Melipona quadrifasciata (mandaçaia) encontramos operárias<br />

absolutamente estéreis até, passando por to<strong>das</strong> as fases intermediárias, as com<br />

ovário bem desenvolvido e aparelho genital completo...".<br />

Nas minhas colônias órfãs de diversas espécies de <strong>abelhas</strong> indígenas, como a<br />

MANDAÇAIA (M. quadrifasciata), a URUÇU NORDESTINA (M. scutellaris), a<br />

IRAAÇU (M. rufiventris subesp.), as MIRINS (Plebeia spp), a JATAI<br />

(Tetragonisca angustula) e a MANDURI (Melipona marginata), houve<br />

certamente operárias que embora não estives<strong>sem</strong> fecunda<strong>das</strong>, procuraram<br />

de<strong>sem</strong>penhar as funções de oviposição (por ovos) da rainha. Assim, vi células de<br />

cria termina<strong>das</strong> e com ovos ou cria, em colônias órfãs dessas <strong>abelhas</strong>.<br />

Além <strong>das</strong> observações de Warwick E. Kerr (1949 p.46) e <strong>das</strong> minhas já<br />

menciona<strong>das</strong>, R. Bassindale (1955 p-58) viu postura em colônia órfã da espécie<br />

africana Hypotrigona gribodoi (Magretti) (citada então como T. (H.) gribodoi). O<br />

mesmo notaram Soichi F. Sakagami, Darwin Beig & C. Kyan (1964 pp.469-470)<br />

no MOMBUCÃO DA AMAZÔNIA (Cephalotrigona

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