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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

Brasileira principalmente de Membracídeos (família da Ordem Homoptera), que<br />

sugam a seiva de certas plantas e excretam um líquido doce, que atrai <strong>abelhas</strong> e<br />

formigas. O sábio Fritz Müller, que viveu em Blumenau (SC), foi o primeiro (in<br />

H. Müller, 1873) a constatar no Brasil Imperial a visita de <strong>abelhas</strong> do grupo que<br />

hoje chamamos Trigonini, para recolher a excreção de Membracídeos. Também já<br />

observei várias vezes a colheita da excreção desses insetos. As <strong>abelhas</strong> coletoras<br />

eram Meliponíneos (CAGA-FOGO = Oxytrigona sp e Trigona sp). Minha<br />

observação principal foi realizada em Luziânia (GO). Outros detalhes e outros<br />

casos sobre a produção de melatos podem ser vistos no Capítulo 24, sobre "O<br />

néctar, a seiva, o melato, o mel e suas colheitas".<br />

Provavelmente as colônias de Membracídeos ou de outros insetos, nos casos de<br />

melatos que teriam causado graves intoxicações, sugaram a seiva de plantas<br />

tóxicas. Essa afirmação está baseada no fato de que na Nova Zelândia, o instrutor<br />

apícola Paterson descobriu que o melato muito tóxico de lá é oriundo da excreção<br />

do inseto Scolypopa australis que se alimenta da planta venenosa Coriaria<br />

arborea. A excreção (líquida) produzida pelos S. australis é colhida pelas Apis<br />

mellifera e levada para as suas colmeias. Trata-se de um melato muito tóxico, que<br />

na Nova Zelândia causou a morte de várias pessoas que o consumiram.<br />

D. W. Roubik (1989 p.32-33), baseado em trabalhos de R. J. Barker, afirmou<br />

que os melatos tóxicos colhidos pelas <strong>abelhas</strong> são produzidos por insetos<br />

Homópteros que se alimentam "de uma grande variedade de plantas".<br />

No que se refere às ocorrências de melatos verifica<strong>das</strong> na América do Sul,<br />

trata-se de produtos procedentes de plantas e insetos sugadores diferentes dos<br />

assinalados na Nova Zelândia. As características químicas dos nossos melatos<br />

ainda são desconheci<strong>das</strong>. O que sabemos de concreto é que o único melato<br />

suspeito de toxidez, do qual existe ainda uma amostra, foi colhido pela Apis<br />

mellifera e apenas causou sintomas brandos de tontura em São Simão (SP). Uma<br />

amostra desse melato foi por mim levada ao Food and Drug Administration em<br />

Washington (USA) para exame a respeito da presença de esporos do Bacillus<br />

botulinum. O Dr. Haim Solomon me recebeu muito atenciosamente. Ele me<br />

comunicou posteriormente (informação pessoal), que no material examinado não<br />

havia a toxina botulínica e que seu pH era 4. Pedi então que verificas<strong>sem</strong> lá a<br />

possibilidade desse melato conter graianotoxinas. Fiz essa solicitação após receber<br />

o trabalho dos pesquisadores turcos (H. Yavuz e colaboradores, 1991). Ainda<br />

(1997) não sei o resultado.<br />

Medi<strong>das</strong> de prevenção<br />

Se houver suspeita de que um mel contém a toxina botulínica, nesse caso, para<br />

eliminar o perigo seria necessário aquecer o mel a 80°C durante meia hora, pois<br />

estas são, como já foi visto aqui, a temperatura e o tempo

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