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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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84 AS RAINHAS, AS OPERÁRIAS E OS MACHOS<br />

(96,75%) na sua fase de cria, na sua fase adulta os machos diplóides vivem muito<br />

menos que os machos haplóides (Conceição A. Camargo, 1976 p.58,75-87). De<br />

acordo com a referida autora (1979 p.81) os machos diplóides têm o mesmo<br />

aspecto que os haplóides. Assim, é praticamente impossível distinguir uns e<br />

outros no meliponário. Conceição Camargo trabalhou com a MANDAÇAIA<br />

(Melipona quadrifasciata).<br />

Os machos normais (haplóides) podem ser produzidos principalmente pela<br />

rainha poedeira ou principalmente pelas operárias, em diferentes colônias normais<br />

(Dora L. N. da Silva, 1977 p.62-65). Além disso, a produção de machos às. vezes<br />

é relativamente contínua, esparsa, outras vezes ocorre em grandes surtos, ou seja,<br />

emerge dos favos de cria um grande número de zangãos, durante períodos curtos<br />

(Dora L. N. da Silva, loc. cit.). Essas situações foram observados pela referida<br />

autora na MANDAÇAIA (Melipona quadrifasciata). Penso que também<br />

poderiam existir ocorrências intermediárias. No Trigonini MIRIM GUAÇU<br />

{Plebeia remota), F. D. J. von Benthem, V L. Imperatriz-Fonseca & H. H. W.<br />

Velthuis (1955 p-81) observaram que os favos de cria contêm porcentagens<br />

variáveis de zangãos. Esses autores se referiram à "ocorrência de diversos ciclos<br />

de produção de machos por ano". A meu ver é preciso ter em vista que uma<br />

colônia pode estar produzindo em determinados meses grandes quantidades de<br />

zangãos, enquanto que outra, da mesma espécie, estaria criando poucos machos<br />

ou nenhum, e vice-versa. É o que mostra o trabalho de Dora L. N. da Silva (1977<br />

p. 62-63) no que se refere a duas subespécies de MANDAÇAIA (M.<br />

quadrifasciata quadrifasciata e M. quadrifasciata anthidioides). Contudo, esse<br />

trabalho também indica que se uma rainha poedeira morrer e houver no<br />

meliponário apenas 1 ou talvez 2 colméias de MANDAÇAIA, poderá ocorrer uma<br />

ausência momentânea de machos. Provavelmente, o mesmo acontecerá em outros<br />

Meliponíneos. Mas numa colméia de espécie nativa local, quase <strong>sem</strong>pre ou<br />

geralmente há machos para assegurar a fecundação de rainhas novas.<br />

Elizabeth Engels & Wolf Engels, em 1988 (apud Wolf Engels & Vera L.<br />

Imperatriz Fonseca, 1990 p. 193) relataram suas observações sobre agregados de<br />

machos de Scaptotrigona postica (MANDAGUARI) encontrados "na vizinhança"<br />

de colônias (dessa abelha). Tenho visto com freqüência esses agregados, nessa<br />

espécie, geralmente pousados ou esvoaçando sobre uma colméia de<br />

MANDAGUARI.<br />

David W. Roubik (1990 p.116) viu machos de Tetragona dorsalis reunidos<br />

durante o dia junto à entrada de um ninho, no Panamá.<br />

M. J. Sommeijer & L. L. M. de Bruijn (1995) observaram um grande<br />

agregado de machos de Melipona favosa, com cerca de 400 indivíduos, a 12 m de<br />

uma colônia. Várias rainhas virgens visitaram o agregado e suas proximidades,<br />

mas não foram vistos acasalamentos. Trata-se de uma observação de grande<br />

importância, que abre caminho para novas pesquisas.<br />

lenho visto, às vezes, machos de MANDAÇAIA {M. quadrifasciata) e de<br />

URUÇU AMARELA DO PLANALTO CENTRAL (M. rufiventris rufiventris)

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