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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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370 OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS<br />

no interior da termiteira. Foi citada também uma comunicação pessoal do<br />

Professor Charles D. Michener ao Prof. Ronaldo Zucchi, segundo a qual a Scaura<br />

latitarsis (para ele T. (5.) latitarsis) construiu tubos externos de cerume sobre a<br />

parede de 3 ninhos de Nasutitermes. Esses tubos terminavam "cegamente", pouco<br />

abaixo da parede da termiteira. Além de mencionarem essas observações,<br />

Warwick E. Kerr, Shoichi F. Sakagami, Ronaldo Zucchi, Virgílio Portugal-Araujo<br />

& João M. F. Camargo (1967 pp.269-271) relataram a presença de um ninho de<br />

Trigona cilipes cilipes Fab. que ocupava uma cavidade dentro de uma termiteira<br />

existente em baixo de um telhado. Também observaram um ninho de Ptilotrigona<br />

lurida (Smith) (para eles T. (P.) lurida) localizado em baixo e possivelmente<br />

também de lado, numa outra termiteira.<br />

Alvaro Wille & Charles D. Michener (1973 pp. 31, 38) observaram, na Costa<br />

Rica, como as Scaura latitarsis (para eles Trigona (Scaura) latitarsis) conseguem<br />

se instalar nos ninhos <strong>das</strong> termitas (cupins) Nasutitermes spp. Confirmando dados<br />

anteriores de C. D. Michener, já mencionados (in Warwick E. Kerr e<br />

colaboradores, 1967 p.269), as Scaura abrem primeiro pequenas cavidades no<br />

termiteiro e depois expandem esses espaços "murando" uma área no interior da<br />

habitação <strong>das</strong> termitas.<br />

João M. F. Camargo (1984) estudou em detalhes a ocupação de termiteiros<br />

vivos por Scaura latitarsis, ampliando os conhecimentos existentes sobre o<br />

assunto. Verificou que além de construírem inicialmente um tubo de cerume na<br />

superfície <strong>das</strong> habitações de Nasutitermes, as S. latitarsis mantêm no interior do<br />

termiteiro depósitos de resina e constróem câmaras. Dentro destas, raspam as<br />

galerias <strong>das</strong> termitas, num processo de ampliação do seu ninho.<br />

Até aqui me referi à estreita vizinhança que existe entre algumas espécies de<br />

Meliponíneos e as termitas. Cumpre acrescentar mais um fato importante. Às<br />

vezes as termitas destróem a madeira <strong>das</strong> colmeias <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong>. Em Manaus, o<br />

problema pode ser muito grave, conforme observou Francisco Javier Aguilera-<br />

Peralta (1985, seção 3.2.4) em colmeias de Meliponíneos. Quatro colmeias<br />

deixa<strong>das</strong> por ele, "no campo, foram totalmente invadi<strong>das</strong> por cupins em menos em<br />

menos de 5 meses". O dano foi causado pela termita Termis fatalis L. Faz jus ao<br />

nome.<br />

A abelha <strong>sem</strong> ferrão africana Apotrigona nebulata faz seu ninho em cupinzeiros<br />

arbóreos. Há um filme francês do CNRS (Conseil National de la Recherche<br />

Scientifique) produzido sob a direção do Dr. Roger Darchen, sobre a construção<br />

deste ninho, feito a partir de orifícios no cupinzeiro, formados por ataques dos<br />

mamíferos pangolins ou de aves (informações pessoais da Professora Vera L.<br />

Imperatriz-Fonseca).<br />

Os barbeiros<br />

Os barbeiros ou chupanças são insetos da ordem Hemíptera, muito conhecidos<br />

porque diversas espécies são transmissoras da moléstia de Chagas

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