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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

devidos ao fato de comer samora/saburá (polem). A meu ver, o melador que abre<br />

com um machado um ninho natural de Meliponíneos, dificilmente conseguirá<br />

separar completamente o mel do polem. Acabará, provavelmente, comendo<br />

ambos, em proporções diferentes. Na literatura técnica, como já expliquei, há os<br />

que acusam o mel e outros que condenam o polem, nos casos de toxidez. Pode ser<br />

que ambas as afirmações estejam certas. Ou pode ser que em cada caso a razão<br />

caiba a apenas um dos lados, nessa discussão.<br />

Outra iniciativa foi a instalação de um pequeno meliponário no mesocerrado<br />

denso da Fazenda Jusciani, no Bairro da Prata, em São Simão. Isso foi realizado<br />

no mesmo local onde duas pessoas morreram devido à ingestão de mel e/ou<br />

samora/saburá. Infelizmente, dificuldades logísticas dificultaram a operação desse<br />

meliponário isolado. No final, teve que ser abandonado, <strong>sem</strong> que se conseguis<strong>sem</strong><br />

resultados. Contudo, <strong>sem</strong>pre mantive o meu meliponário da Fazenda Aretuzina<br />

em Bento Quirino, no mesmo Município de São Simão (SP), no qual vários casos<br />

ocorreram. Esse meliponário está junto a um cerrado e a uma transição<br />

mata/cerrado, em lugar onde não se sabe da ocorrência (nessa fazenda) de casos<br />

de intoxicação, mas onde há a vegetação típica da região.<br />

Deve ser lembrado que numa região perigosa, a repetição de intoxicações<br />

graves parece imprevisível. Pode passar muito tempo <strong>sem</strong> que ocorram, ou podem<br />

mesmo não se repetir. Contudo, há bolsões ou sub-regiões que já apresentaram<br />

vários e sucessivos casos, no passado. Onde houve casos de intoxicações graves,<br />

repito, não devem ser cria<strong>das</strong> <strong>abelhas</strong>, a não ser para fins experimentais,<br />

relacionados com a questão.<br />

Nos últimos 35 anos (1962-1997), ao que parece, somente teriam surgido um<br />

ou dois novos casos de morte na área mais perigosa, mas não há certeza.<br />

Provavelmente a grande maioria dessas ocorrências é ignorada. Não chega ao<br />

noticiário. Além disso, durante esse tempo desapareceu nessa região a maior parte<br />

dos cerrados e da vegetação de transição. Sobrou pouco. Em seu lugar surgiram<br />

enormes canaviais, laranjais e eucaliptais.<br />

É difícil saber por que motivo os casos mais graves de intoxicação aqui<br />

mencionados e que foram muito além de uma simples tontura, ocorreram nessa<br />

faixa de aproximadamente 210 km por 60 ou 70 km, que vai de Agudos-Bauru a<br />

São Simão e proximidades. Pelo que se sabe não houve fatos tão graves do mesmo<br />

tipo em outros locais, embora isso possa ter acontecido também. A explicação<br />

para essa localização mais restrita, ou seja, mais localizada numa região, por<br />

enquanto (1997) somente pode ser procurada em termos de hipóteses a serem<br />

discuti<strong>das</strong>. Assim, entre outras possibilidades poderia haver duas espécies de<br />

plantas tóxicas, provavelmente do mesmo gênero, produtoras de néctar ou melato<br />

ou polem tóxicos. Uma dessas espécies teria distribuição maior e seria<br />

potencialmente menos tóxica. A outra teria distribuição restrita (Bauru-Agudos a<br />

São Simão) mas seria potencialmente mais tóxica.<br />

Numa segunda hipótese, haveria um tipo ou subtipo de Clostridium

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