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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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AS PROPRIEDADES ANTIBIÓTICAS DO MEL 275<br />

Substâncias antibióticas produzi<strong>das</strong> pelas próprias <strong>abelhas</strong><br />

Por outro lado, J. H. Cane c colaboradores (in D. W. Roubik 1989, p.232)<br />

verificaram que várias substâncias fungici<strong>das</strong> e bacterici<strong>das</strong> são encontra<strong>das</strong> nas<br />

glândulas mandibulares de <strong>abelhas</strong> que pertencem a diferentes famílias. Entre<br />

esses produtos antibióticos estão o linalool, o citral, o geraniol, o citronelol, os<br />

octanomes e também os acetatos de geraniol e nerol. Esses produtos são<br />

provavelmente secretados pelas <strong>abelhas</strong> nas glândulas mandibulares, pois ali são<br />

encontrados. Os referidos autores também mencionaram o farensal, produzido<br />

pela glândula de Dufour. Além disso, A. Gauhe, já cm 1941 havia descoberto a<br />

presença da enzima glucose-oxi<strong>das</strong>e nas glândulas hipofaringeanas <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong>,<br />

segundo J. W. White, M. H. Subers & J. Schepartz (1963 p.58). Como já<br />

expliquei, é a enzima responsável pela produção do peróxido de hidrogênio no<br />

mel. Isso significa que as próprias <strong>abelhas</strong> são responsáveis pela produção, no<br />

mel, de um dos principais, senão o principal fator antibiótico ali existente.<br />

Em resumo, além dos antibióticos que existem no néctar colhido pelas <strong>abelhas</strong><br />

nas plantas, há os que são produzidos por elas próprias.<br />

Veja também, no Capítulo 23, sobre "A samora/saburá (polem), óleos florais e<br />

proteínas animais", o subcapítulo "A ação dos microorganismos na<br />

samora/saburá".<br />

Usos medicinais e cuidados necessários<br />

Em grandes regiões da América Latina e da África, o mel dos Meliponíneos é<br />

de um modo geral considerado por muitas pessoas como possuindo propriedades<br />

medicinais. Principalmente por isso, esse mel vale de 8 a 10 vezes mais que o mel<br />

de Apis mellifera. Contudo, o mel <strong>das</strong> IRATIM ou LIMÃO (Lestrimelitta spp) é<br />

tido como sendo <strong>sem</strong>pre ou quase <strong>sem</strong>pre tóxico. Veja a respeito desse mel o<br />

Capítulo 18 sobre 'Alguns méis, melatos e samoras/saburás (polens) tóxicos para<br />

pessoas". Outros méis, além do mel <strong>das</strong> IRATIM ou LIMÃO, embora raramente,<br />

podem às vezes ser muito tóxicos (Capítulo 18).<br />

Como está comprovado pelos trabalhos citados neste capítulo, principalmente<br />

os de Pierre Lavie, M. Gonet e colaboradores, e o de Marilda Cortopassi-Laurino<br />

& Dilma S. Gelly (1191), o mel dos Meliponíneos normalmente contém<br />

antibióticos. Portanto, normalmente tem propriedades medicinais. Contudo, quase<br />

<strong>sem</strong>pre faltam trabalhos de investigação médica, realizados com técnica e<br />

metodologia científica, seja para comprovar em pessoas os efeitos curativos desse<br />

mel, seja para indicar como esse e outros produtos <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> devem ser<br />

utilizados.<br />

O grande problema que prevejo para a generalização do uso de certos méis de<br />

Meliponíneos, no tratamento de algumas enfermidades, é o fato de que se trata de<br />

um produto cuja estabilidade, no que se refere a antibióticos, poderia ser<br />

diminuída e até eliminada. Essa diminuição ou

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