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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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272 AS PROPRIEDADES ANTIBIÓTICAS DO MEL<br />

mais detalhes sobre o problema da exposição do mel à luz, no Capítulo 27 sobre<br />

"Como pasteurizar e conservar bem o mel".<br />

É necessário recordar aqui, como já foi explicado, que o pH médio do mel dos<br />

Meliponíneos (conjunto de 14 amostras de 6 espécies) obtido por Marilda<br />

Cortopassi-Laurino & Dilma S. Gelli (1991 p.64) foi de 3,7. O pH médio que<br />

essas pesquisadoras obtiveram em 20 amostras de mel de Apis mellifera<br />

africanizada foi de 3,9. Assim, pouca diferença houve no pH do mel de ambos os<br />

grupos de <strong>abelhas</strong>. Beatriz Coelho Pamplona (1989 p-34), em muitas amostras do<br />

Sul e Sudeste da Federação Brasileira, de Apis mellifera africanizada, obteve o pH<br />

máximo de 5,30 e 4,72 e o pH médio de 4,9 e 3,29 respectivamente. No Nordeste<br />

poucas amostras foram examina<strong>das</strong>.<br />

Marilda Cortopassi-Laurino & Dilma S. Gelli (1991 p-65) mostraram na sua<br />

tabela 3, que a atividade média antibacteriana dos méis de Meliponíneos é<br />

claramente maior que a atividade antibacteriana média dos méis <strong>das</strong> Apis mellifera<br />

africaniza<strong>das</strong>.<br />

Quero aqui me referir a uma hipótese levantada por Charles D. Michener e<br />

David W. Roubik (in D. W Roubik 1989 p.89) e que ainda precisa ser testada. A<br />

concentração maior de substâncias antibacterianas nos méis de Meliponíneos,<br />

talvez seja devida, em parte, ao fato dos potes de alimentos dessas <strong>abelhas</strong><br />

indígenas serem construídos com cerume. Este é uma mistura finíssima de cera e<br />

de própolis. O própolis tem propriedades e substâncias anti-bacterianas, que<br />

poderiam talvez passar para o mel guardado nesses potes e ali atuar. É uma<br />

hipótese a verificar. Segundo D. W. Roubik (1989 p.231), as resinas provenientes<br />

de plantas (= própolis) são ricas em triterpenos e constituem uma fonte de<br />

isoprenóides antimicrobianos.<br />

Pierre Lavie (1960 pp. 157-160) verificou que o cerume da espécie africana<br />

Meliponula bocandei (Spinola) tem atividade antibiótica. Contudo, segundo<br />

informação pessoal desse autor, tal atividade é relativamente pequena, não sendo<br />

suficiente para matar bactérias perigosas (in Nogueira-Neto, 1970-A p. 241). É<br />

necessário verificar o que ocorre no cerume de outros Meliponíneos, e mesmo em<br />

outras colônias de M. bocandei. Além disso, a meu ver, a idade, o estado do<br />

cerume e as condições da colônia devem ser considerados.<br />

Outros antibióticos no mel<br />

M. Gonnet & P. Lavie (1960 pp. 351, 363) pesquisadores que tive ocasião de<br />

conhecer pessoalmente no Sul da França, obtiveram resultados importantes,<br />

mostrando que nos méis de Apis mellifera aquecidos a 80°C durante 30 minutos,<br />

ainda havia um valor antibiótico superior à metade do valor antibiótico existente<br />

em méis frescos. A inibina, segundo H. Dold, D.H. Du e S.T. Dziao (1938), no<br />

seu trabalho pioneiro, é destruída por um aquecimento de 80°C durante 5 minutos,<br />

ou a 70°C durante 10 minutos, ou a 56°C em 30 minutos. Portanto, M. Gonnet &

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