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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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COMO FORTALECER AS COLÔNIAS 203<br />

Os favos e os cachos de cria<br />

Uma <strong>das</strong> razões da fraqueza de uma colônia pode ser a falta de operárias.<br />

Portanto, às vezes é indispensável reforçar o potencial de trabalho de uma colônia.<br />

Para isso, o meliponicultor deve dar às colônias fracas alguns favos de cria<br />

provenientes de outros ninhos. Esses favos devem ser apenas os que apresentam<br />

cor clara, ou seja, os que estão no estágio de casulos, pois contêm cria em estado<br />

mais adiantado. (Figura 6-A). Se uma colônia tiver favos compactos de cria com<br />

falhas (além de 10%) ou favos que apresentem alguma cria morta, essa colônia<br />

não deve ser fornecedora de tais favos. Tal precaução é destinada a evitar a<br />

propagação de possíveis enfermidades de <strong>abelhas</strong>. A remoção de favos compactos<br />

de cria e os cuidados que se deve ter nessa ocasião, estão explicados no Capítulo<br />

19 sobre "A divisão de colônias" e no Capítulo 30 sobre "Mortalidades da cria".<br />

Os favos compactos de cria ou os cachos de células de cria, devem pertencer à<br />

mesma espécie de <strong>abelhas</strong> da colônia à qual serão dados. Realizei uma série de<br />

experiências (Nogueira-Neto, 1950 pp.305-367) para ver se era possível dar favos<br />

de cria de uma espécie à <strong>abelhas</strong> de outras espécies. Quase <strong>sem</strong>pre, mais cedo ou<br />

mais tarde, essa união termina mal. Das diversas <strong>abelhas</strong> experimenta<strong>das</strong> nessa<br />

ocasião, as colônias de uma MIRIM (Plebeia droryana) puderam ser reforça<strong>das</strong><br />

com pleno êxito com favos compactos de cria de IRAI (Nannotrigona<br />

testaceicornis). Estas <strong>abelhas</strong> trataram a rainha MIRIM como se fosse a sua<br />

própria rainha, e cuidaram dos seus favos de cria da mesma maneira. Colônias de<br />

JANDAÍRA NORDESTINA (M. subnitida) parecem aceitar bem as <strong>abelhas</strong> que<br />

emergem de favos compactos de cria de MANDURI DE MATO GROSSO (M.<br />

favosa orbigniy). Mas, em relação a outras espécies, não houve igual harmonia.<br />

No livro "Algumas estratégias ecológicas dos Meliponíneos - <strong>abelhas</strong> tropicais e<br />

subtropicais <strong>sem</strong> ferrão", haverá um capítulo sobre experiências minhas e de<br />

outros autores sobre colônias mistas.<br />

As MARMELADAS ou a BREU e espécies afins (Frieseomelitta spp), a<br />

MIRIM PREGUIÇA (Friesella schrottky) e a JATAÍ NEGRA (Scaura longula)<br />

normalmente fixam parte dos seus cachos de células de cria, ou parte de seus<br />

favos compactos de cria (caso da Friesella e da S. longula) à face inferior dos<br />

tetos ou coberturas. Isso facilita muito o fortalecimento de colônias fracas dessas<br />

<strong>abelhas</strong>. Basta trocar o teto da colônia forte com o teto da colônia fraca. Junto com<br />

o teto ou cobertura da colônia forte, seguirão para a colônia fraca muitas <strong>das</strong><br />

células de cria em cacho, ou parte dos favos compactos de cria <strong>sem</strong> invólucro<br />

(caso da MIRIM PREGUIÇA e da JATAÍ NEGRA). Diga-se de passagem que a<br />

Scaura longula, segundo descobri, constrói favos de cria compactos verticais<br />

simples (Nogueira-Neto, 1992). Freqüentemente os favos de cria novos dessa<br />

abelha são construídos a partir da parte de baixo de um favo já anteriormente<br />

preso ao teto. Contudo, nem todos os favos de cria dessa espécie estão fixados ao<br />

teto. A sua construção caminha de baixo para cima.

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