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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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332 AS MORTALIDADES DA CRIA<br />

foi examinada microscopicamente, constatando-se a presença de bactérias. É<br />

possível, porém, que as mesmas não fos<strong>sem</strong> causadoras de enfermidades, mas<br />

simples saprófitas (fungos ou bactérias que vivem em matéria orgânica em<br />

decomposição, na definição de R. K. Barnhart, 1986 p.574). O que se pode<br />

concluir com segurança é que. nessa ocasião, o Prof. Warwick E. Kerr viu cria<br />

morta e suspeitou haver enfermidades.<br />

Em novembro de 1957, O Prof. Warwick E. Kerr me comunicou ter enviado<br />

cria morta de MANDAÇAIA (Melipona quadrifasciata) para ser examinada nos<br />

U.S.A. Diagnóstico: parafoul brood (paraloque). Foram achados exemplares de<br />

Bacilus paraalvei.<br />

Em carta que me enviou (15 de março de 1960), o Prof. Warwick E. Kerr disse<br />

que, na sua opinião, existiam "pelo menos duas doenças bem diferentes: numa,<br />

mais comum, a larva morre pequena antes de tecer o casulo. Em outra, mais rara,<br />

morre após tecer o casulo". Somente viu essa última enfermidade em "duas ou três<br />

colmeias". A paraloque foi observada numa <strong>das</strong> colônias em que a cria morreu<br />

depois de fazer o casulo.<br />

Essa foi a primeira vez em que se diagnosticou a existência de paraloque entre<br />

nós. É curioso notar que no Planalto da Bolívia, nesse mesmo ano, houve uma<br />

enfermidade que Kempff-Mercado (comunicação pessoal) julgou ser uma<br />

epidemia de paraloque.<br />

O Prof. Warwick E. Kerr observou também (1951 p.312) uma mortalidade de<br />

cria masculina. Segundo suas palavras, "verificamos certa mortalidade entre prépupas<br />

de Al quadrifasciata (colônia 40-b), pois em 102 machos, encontramos 7<br />

indivíduos mortos na fase larval e um na fase pré-pupal. Atribuímos esse efeito à<br />

combinação de genes subviáveis que, devido a quaisquer condições mesológicas,<br />

não permitiram aos indivíduos sobreviver. Nessas mesmas condições, não houve<br />

falhas na zona do favo em que havia operárias e rainhas (os ovos que deverão<br />

originar machos são postos preferencialmente no centro dos favos)". São palavras<br />

do Professor Warwick E. Kerr. Não há dados que permitam dizer se esses machos<br />

eram diplóides. Parece que não eram, pois as formas larvais de machos diplóides<br />

estão dispersas nos favos, segundo Conceição Camargo (1979 p.81). Ela constatou<br />

haver uma ..."viabilidade de 97% numa colônia produzindo machos diplóides".<br />

Referia-se à viabilidade da cria.<br />

Em Rio Claro, São Paulo, mais de uma vez o Prof. Warwick E. Kerr e seus<br />

colaboradores verificaram (informação pessoal) que uma enfermidade "atacava<br />

to<strong>das</strong> as pupas" de MANDAGUARI (Scaptotrigona postica, para eles T. (S.)<br />

postica). Segundo esse pesquisador me relatou (informação pessoal), "curávamos<br />

com estreptomicina (1 vidro) e sulfatiazol (1 pílula) misturados em xarope 50%,<br />

com o qual enchíamos os potes vazios". O xarope, cumpre lembrar, entre nós<br />

abelheiros significa uma mistura de água e açúcar. Como o mal era curado com<br />

medicamentos, deve ter havido mesmo uma enfermidade.

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