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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS 389<br />

ocos com extremidades desprotegi<strong>das</strong>. Essas colônias aguardavam a transferência<br />

para colmeias racionais. Tenho protegido árvores vivas, com ocos contendo<br />

<strong>abelhas</strong>, pregando telas metálicas, dessas usa<strong>das</strong> para fazer viveiros para pássaros,<br />

sobre as aberturas feitas pelos pica-paus.<br />

Na minha opinião, não se justifica combater aves por causa de Meliponíneos.<br />

Os estragos causados pelos pássaros insetívoros que apanham <strong>abelhas</strong> no ar, são<br />

quase <strong>sem</strong>pre pouco importantes, pelo menos aqui no Estado de S. Paulo.<br />

Contudo, é muito conveniente proteger as colônias de Meliponíneos do ataque dos<br />

pica-paus, tapando cora pedaços de lata ou de tela metálica as extremidade de<br />

colmeias constituí<strong>das</strong> por troncos ocos serrados. (Figura 9-B). Também é<br />

necessário fazer as colmeias racionais com madeira resistente.<br />

No campus da USP, em São Paulo, a Professora Dra. Vera L. Imperatriz-<br />

Fonseca viu grupos de pica-paus (branco-pretos, com aproximadamente 20 cm de<br />

comprimento) atacarem, com enorme barulheira, ninhos de vespas que dizimaram<br />

em 10 minutos. Isso ocorreu na própria cidade de São Paulo (SP)!<br />

Os mamíferos<br />

O Padre Fernão Cardim (1625 = 1925 p. 41), cronista do Brasil antigo,<br />

escreveu que a "eirara" dependia do mel para a sua alimentação. Embora tenha<br />

havido aí um erro ou exagero de informação, trata-se de um animal (Tayra<br />

barbara L.) que certamente é grande apreciador de mel. E.L. Holmberg (1887<br />

p.256), H. von Ihering (1903 = 1930 pp. 689-690) e outros, também citaram a<br />

irara como inimiga dos Meliponíneos. Leonardo Castello-Branco (1845 p.58), a<br />

chamou por seu nome português de papamel. Essa palavra mostra<br />

apropriadamente a sua predileção pelo mel. Também figura sob essa denominação<br />

no Dicionário de R. von Ihering (1940 p.403), juntamente com o nome irara.<br />

Novamente volto a citar Auguste Saint Hilaire (1830 = 1938, 2 p.304). Agora é<br />

para dizer que ele incluiu os tatus (Dasipodideos) entre os inimigos dos<br />

Meliponíneos, particularmente no que se refere às espécies subterrâneas dessas<br />

<strong>abelhas</strong>. Outros autores também se referiram ao ataque de tatus. Não acredito,<br />

porém, que esses animais possam destruir as colônias de Meliponíneos que<br />

estiverem dentro dos abrigos de alvenaria preconizados neste livro. (Figuras 11-H,<br />

11-I, 11-J). Na natureza, contudo, podem destruir muitos ninhos subterrâneos.<br />

Outro inimigo é o "kinkajou" (C. Raveret-Wattel, 1875 p.753). Esse bicho<br />

(hoje classificado como Potus flavus (Wied), foi chamado por R. von Ihering<br />

(1940 p.447) de jupará, jupurá, jurupará, ou macaco da meia-noite.<br />

O furão (Grison villalus (Schreber)) seria também inimigo sério (Raveret-<br />

Wattel 1875 p.753).<br />

Em 1996, na minha visita à Estação Biológica de Barro Colorado, na

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