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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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301<br />

ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

como na única espécie de Meliponíneo estudada a respeito, não deixa de ser<br />

interessante o fato de O. Altinkurt (1972 p.88) ter encontrado <strong>sem</strong>elhanças entre a<br />

atividade dessas substâncias e a da andromedotoxina (= graianotoxina I). Quero<br />

aqui lembrar que a acetilcolina, entre muitas outras ações, atua sobre vários<br />

sistemas do corpo, agindo como vasodilatador e diminuindo os batimentos<br />

cardíacos. Trata-se de dois tipos de ação que provocam hipotensão e bradicardia,<br />

que constituem também sintomas da ação da graianotoxina I, igualmente chamada<br />

andromedotoxina. Assim, é possível supor que a graianotoxina I provoque uma<br />

interferência na produção de acetilcolina. Cumpre salientar que a acetilcolina é<br />

uma substância indispensável na transmissão de impulsos nervosos, inclusive de<br />

um neurônio a um músculo, na chamada placa motora. A Enciclopédia Britânica,<br />

na Micropedia, dá bons resumos gerais sobre esses assuntos fisiológicos e muitos<br />

outros.<br />

Nos casos examinados pelos pesquisadores turcos (Habuk Yavuz e<br />

colaboradores, 1991, loc.cit.), as doses de mel consumi<strong>das</strong> pelas pessoas afeta<strong>das</strong><br />

foram a meu ver pequenas, variando de 2 colheres de chá a 5 colheres de sopa por<br />

indivíduo. Os sintomas apareceram de 30 minutos a 2 horas depois da ingestão do<br />

mel. Com as quantidades menores de mel os sintomas levaram mais tempo para<br />

surgir, mas isso não ultrapassou as 2 horas acima menciona<strong>das</strong> (prazo máximo<br />

verificado nas observações feitas em 23 pessoas).<br />

Em 5 pacientes humanos, I. Boris e M. Ozeami (segundo H. Yavul e<br />

colaboradores (op. cit.) registraram vários problemas cardíacos.<br />

H. Yavuz, A. Ozel, I. Akkus e J. Erkul (1991, loc.cit.) afirmaram também no<br />

seu trabalho que os méis causadores dessas intoxicações devem ter provindo do<br />

néctar dos Rhododendron (gênero <strong>das</strong> Ericaceas) que existem nas florestas do<br />

Norte da Anatolia. As folhas, as flores e o mel originado dessas plantas contêm<br />

diterpenóides tóxicos, as graianotoxinas I e II. Citaram um artigo de P. M. Scott,<br />

B. B. Coldwell e G. S. Wiberg, que encontraram graianotoxinas II e III em 1971,<br />

em mel tóxico causador do mesmo tipo de envenenamento, procedente da<br />

Montanha Grouse, na Columbia Britânica, Canadá. É conveniente lembrar que<br />

plantas ornamentais de Rhododendron estão sendo muito planta<strong>das</strong> em Campos<br />

do Jordão (SP). Também as vi na região de Gramado-Canela (RS). Portanto não<br />

será surpresa se surgirem casos de mel tóxico nesses lugares e em outros onde<br />

também são plantados rododendrons.<br />

Plantas Ericaceas perigosas ou suspeitas,<br />

na Federação Brasileira<br />

Já foi explicada aqui a importância dos Rhododendron como produtores de<br />

néctar tóxico. Há também outras Ericaceas que secretam néctares tóxicos, como é<br />

o caso da Kalmia latifolia L. na América do Norte. F. C. Hoehne (1939 pp.220-<br />

221), no seu conhecido livro sobre "Plantas e substâncias

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