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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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378 OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS<br />

basalis Er. e Haptoricus luteolus Er., todos da família dos Nitidulideos (George<br />

Salt, 1929 pp.452-453) e em ninhos de Meliponíneos.<br />

As formigas<br />

Os criadores de <strong>abelhas</strong> consideram as formigas como o seu inimigo n° 1.<br />

Acredito, porém, que em geral os Meliponíneos se defendem delas<br />

satisfatoriamente, quando as suas colônias estão em estado normal. Contra as<br />

formigas, as nossas <strong>abelhas</strong> indígenas protegem-se mais eficientemente que as<br />

Apis mellifera. Manoel Bernardo de Barros (1962 pp.31-32) foi quem melhor<br />

relacionou as formigas que mais atacam as Apis na Federação Brasileira. Seu<br />

material foi identificado por Frei Walter Kempff OFM, saudoso entomologista de<br />

grandes méritos. E. T. Bennett (1831 = 1868 p.26) foi o primeiro a escrever que as<br />

formigas são inimigas dos Meliponíneos. Desde então, numerosos autores<br />

acusaram esses insetos. Contudo, na realidade os Meliponíneos calafetam muito<br />

bem os seus ninhos e é difícil às formigas passarem pela entrada guardada.<br />

Quando, porém, a colônia está desorganizada ou fraca, a defesa <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> é<br />

sobrepujada e a colônia é destruída.<br />

Na Federação Brasileira, Leonardo Castello-Branco (1845 p-51) foi o primeiro<br />

a se referir a uma formiga (sarsará) como inimiga <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> indígenas <strong>sem</strong><br />

ferrão. Provavelmente trata-se da sará-sará (Camponotus sp, de cor basicamente<br />

amarelada).<br />

Nos seus experimentos com a URUÇU PRETA {Melipona capixaba Moure &<br />

Camargo), Vania Alves Nascimento (1996 p.60) verificou que 7,6% <strong>das</strong> mortes de<br />

colônias eram devi<strong>das</strong> a formigas. Trabalhou principalmente em Domingos<br />

Martins (ES).<br />

Na Península de Yucatan, no México, a formiga correição xulab (Eciton<br />

burchelli) ataca e destrói ninhos de Meliponíneos (informação pessoal de<br />

Adalberto Aguilar-Coronado).<br />

Muitas vezes as formigas são simples vizinhas associa<strong>das</strong> aos Meliponíneos.<br />

Praticamente não lhes causam mal. Uma dessas <strong>abelhas</strong>, a IRAI (Nannotrigona<br />

testaceicornis) normalmente deixa um espaço vazio junto aos seus ninhos. Ali,<br />

quase <strong>sem</strong>pre tenho encontrado colônias de formigas negras de tamanho médio,<br />

do gênero Camponotus. Não consegui obter a classificação da espécie, pois me<br />

disseram haver cerca de 400 espécies nesse gênero! Aparentemente há um<br />

benefício mútuo nessa vizinhança. Mariano-Filho (1911 p-53) já tinha notado a<br />

associação espontânea entre essa espécie de Meliponíneo e as formigas. H. von<br />

Ihering (1903 = 1930 pp. 4S4, 676) foi o primeiro a constatar a presença de<br />

colônias de formigas vizinhas a Meliponíneos. Sugiro ver também W. E. Kerr, S.<br />

F. Sakagami, R. Zucchi, V. Portugal-Araujo & J. M. F. Camargo (1967 p.272) e<br />

N. Kempff Mercado (1962 pp.215-217).<br />

Certas formigas muito pequenas, mesmo invadindo colmeias de<br />

MANDAÇAIA (Melipona quadrifasciata), aparentemente não lhes causaram

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