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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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374 OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS<br />

polem rompidos e favos de cria amassados, partidos ou melados, em poucos dias<br />

as larvas de Pseudohypocera conseguem exterminar uma colônia. É preciso, pois,<br />

tomar um cuidado todo especial, por ocasião da captura dos ninhos de<br />

Meliponíneos e da sua transferência para os caixotes provisórios ou para as novas<br />

colmeias, como foi explicado no Capítulo 15 sobre a "Transferência de colônias<br />

para colmeias racionais". Segundo a Professora Vera L. Imperatriz-Fonseca<br />

(informação pessoal), muitas vezes os meliponicultores, ao efetuarem a<br />

transferência dos favos, os dispõem de forma vertical, de modo que os ovos goram<br />

e o odor do alimento larval atrai os forídeos.<br />

Fritz Müller (1921 pp.222, 298) no século XIX já observara que a eliminação<br />

<strong>das</strong> larvas de uma mosca, após a transferência de uma colônia para outra colmeia,<br />

requer muito trabalho. Provavelmente tratava-se de larvas de um Forídeo.<br />

Também Raveret-Wattel (1875 p.749) e Dom Amaro van Emelen OSB (1940) se<br />

referiram aos estragos dessas larvas.<br />

Segundo observei, colônias <strong>das</strong> espécies BORÁ (Tetragona clavipes),<br />

MOMBUCÃO (Cephalotrigona capitata), CAGA-FOGO {Oxytrigona tataira) e<br />

MANDAGUARI ou CANUDO Scaptotrigona postica) e também certamente<br />

outras espécies desses gêneros, são particularmente susceptíveis às larvas de<br />

Pseudohypocera.<br />

Vania Alves Nascimento (1996 p.35-37, 59) constatou que 11,54% <strong>das</strong> mortes<br />

de colônias da URUÇU PRETA (Melipona capixaba), com a qual trabalhou,<br />

foram devi<strong>das</strong> aos Forídeos.<br />

Se o ataque <strong>das</strong> larvas de Forídeos está em andamento, o meliponicultor deve<br />

tomar logo as seguintes providências:<br />

A - limpar bem a colônia atacada, usando guardanapos de papel, secos ou<br />

umedecidos;<br />

B - retirar as larvas de Pseudohypocera, com uma espátula ou chave de fenda;<br />

C - remover a samora/saburá (= polem), os favos de cria danificados, os<br />

"depósitos de lixo" e tudo o mais que possa atrair esse inimigo;<br />

D - a samora/saburá (= polem) e o mel derramado sobre os potes, podem ser<br />

removidos submetendo os conjuntos de potes, que serão colocados nas gavetas, à<br />

ação prévia e limpadora de um esguicho d'água;<br />

E - os potes de samora/saburá (= polem) podem ser removidos e guardados em<br />

geladeira, numa caixinha, para depois serem devolvidos à colônia quando esta<br />

estiver recuperada (sugestão do Me. J. B. Vicentim Aguillar, 1986 p.24); essa<br />

caixinha, obviamente, não deve ter <strong>abelhas</strong>;<br />

F - não deixe na colmeia restos de papel absorvente (guardanapos, lenços etc);<br />

G - leia com atenção o Capítulo 15 sobre 'A transferência de colônias para<br />

colmeias racionais".<br />

Os danos provocados pelos Forídeos Pseudohypocera são conhecidos da<br />

ciência já há mais de um século. E provável que C. Raveret-Wattel (1875 p.749)<br />

se referisse e eles, pois descreveu os estragos causados pelas larvas de uma<br />

pequena mosca.

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