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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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254 O NÉCTAR, A SEIVA, O MELATO, O MEL E AS SUAS COLHEITAS<br />

(Melipona quadrifasciata), segundo foi constatado em exames feitos pelo<br />

CETESB, em São Paulo, em material colhido por mim em Campinas (SP), muitas<br />

vezes usa fezes de vertebrados (inclusive certamente fezes humanas) para<br />

construir os seus batumes no interior <strong>das</strong> gavetas <strong>das</strong> colmeias. Evidentemente o<br />

mel que escorre sobre um batume sujo, ou sobre o qual caíram partículas desse<br />

batume, torna-se perigoso e deve ser pasteurizado. O que foi dito aqui, também se<br />

aplica ao mel de outros Meliponíneos que têm ou que poderiam ter hábitos sujos,<br />

ou mesmo hábitos não bem conhecidos. Provavelmente to<strong>das</strong> ou quase to<strong>das</strong> as<br />

<strong>abelhas</strong> da tribo Meliponini usam excrementos de vertebrados dentro de suas<br />

colmeias. Trata-se da MANDAÇAIA (Melipona quadrifasciata), da URUÇU<br />

NORDESTINA (M. scutellaris), da URUÇU AMARELA DO PLANALTO<br />

CENTRAL (M. rufiventris rufiventris), da JANDAÍRA NORDESTINA (M.<br />

subnitida), da TIÚBA (M. compressipes), etc. A JATAÍ (Tetragonisca angustula)<br />

a meu ver é a mais limpa de to<strong>das</strong> as <strong>abelhas</strong>. É inclusive mais higiênica que a<br />

Apis mellifera. Veja outros detalhes sobre essas questões no Capítulo seguinte<br />

(25) e no Capítulo 27 sobre como pasteurizar e conservar o mel.<br />

É preciso lembrar <strong>sem</strong>pre que a colheita deve ser realizada somente quando há<br />

mel abundante na colmeia. Além disso, cerca de 2/3 do mel existente deve ser<br />

deixado às <strong>abelhas</strong> indígenas. Isso é importante, para que mais tarde elas não<br />

venham a morrer de fome. Reaumur (1740 p.718) já recomendava há mais de 2<br />

séculos, aos criadores da abelha européia, deixar bastante mel às <strong>abelhas</strong>. Em<br />

relação à Melipona beecheii fulvipes (Schwarz 1932 pp.318-320), único<br />

Meliponíneo cubano, F. Poey (1852 p.170) sugeriu deixar parte dos potes <strong>sem</strong><br />

colher.<br />

Pelas razões já expostas no Capítulo 17, sobre "As inspeções nas colmeias", a<br />

colheita de mel, não deve ser feita em dias frios, ou seja abaixo de 20°C. Além,<br />

disso, como aconselhou L. Castello-Branco (1845 p.53), ela deve ser realizada<br />

bem antes do anoitecer. A meu ver isso é importante, para dar às <strong>abelhas</strong> novas<br />

tempo para reconhecerem a sua própria colmeia e regressarem à mesma mais<br />

facilmente.<br />

Não se esqueça de recolher as <strong>abelhas</strong> novas e outras que não voam e que<br />

caíram da colmeia durante a colheita. Coloque-as numa garrafa plástica vazia e<br />

transparente, dessas de água mineral, para depois devolver tais <strong>abelhas</strong> à colmeia.<br />

Fica mais fácil assim.<br />

As épocas de maior presença de mel nas colmeias<br />

A época melhor para fazer a colheita de mel varia de região para região. No<br />

auge da safra de néctar, o mel ainda pode estar imaturo. Assim, quando for<br />

possível, é conveniente esperar algo, digamos 2 . <strong>sem</strong>anas após a safra, para<br />

realizar a colheita. É importante notar que às vezes as épocas de maior colheita de<br />

néctar, no mesmo meliponário, não coincidem entre uma espécie e outra de<br />

<strong>abelhas</strong>.

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