11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS 383<br />

vários marimbondos nidificam embaixo <strong>das</strong> colmeias. Isso é inconveniente para o<br />

meliponicultor, que fica sujeito a ferroa<strong>das</strong>, mas a vizinhança de algumas espécies<br />

de vespas pode proteger as <strong>abelhas</strong>, defendendo-as contra certos inimigos. Outros<br />

marimbondos, porém, matam muitas <strong>abelhas</strong> indígenas. É possível que mesmo os<br />

Polistes e outros vespídeos que citamos acima como vizinhos habituais dos<br />

Meliponíneos, capturem algumas <strong>abelhas</strong> indígenas, pois são insetos carnívoros.<br />

Contudo, ainda assim não ofereceriam ameaça séria. H. T. Pagden (1957 p-17), na<br />

Malaia, viu ninhos do Meliponíneo Tetragonilla collina (Smith) (Para ele Trigona<br />

(Tetragona) collina) a cerca de 30cm de uma colônia da vespa Ropalidia<br />

sumatrae (Webber.). Provavelmente não havia lutas, pois eram vizinhos<br />

espontâneos.<br />

Vizinhança pacífica entre Apíneos e Meliponíneos<br />

Há mais de 100 anos, em Cuba, Felipe Poey (1852 p.166) manteve duas<br />

colônias de M. beecheii fulvipes (= T. fulvipeda) em frente a uma colônia de Apis<br />

e to<strong>das</strong> as três viveram em paz.<br />

Aqui no Estado de São Paulo, também é viável criar a Apis mellifera perto de<br />

colônias de <strong>abelhas</strong> indígenas. Contudo, como medida de precaução, seria útil<br />

separar o apiário do meliponário. É impossível ao meliponicultor trabalhar em paz<br />

e desprotegido perto de colônias <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> africanas, que constituem neste<br />

Estado quase toda a população de Apis mellifera. Uma boa combinação seria<br />

colocar as colônias de Meliponíneos perto de casa, deixando as colmeias de<br />

<strong>abelhas</strong> africanas ou européias (de ferrão) bem mais longe <strong>das</strong> residências. Aliás,<br />

manter <strong>abelhas</strong> africanas (Apis mellifera scutellata) ou africaniza<strong>das</strong> nas<br />

proximidades de casas, caminhos e criações de animais é perigoso.<br />

Não creio que colônias fortes de Apis mellifera sejam normalmente ataca<strong>das</strong> e<br />

domina<strong>das</strong> por suas primas indígenas, ou vice-versa. Em Martinópolis (SP), em<br />

1961, tive a oportunidade de ver o interessante apiário do sr. João Signorini, no<br />

qual viviam bem, nada menos de 30 colônias de <strong>abelhas</strong> européias e 73 de<br />

Meliponíneos. To<strong>das</strong> elas estavam numa área de apenas 10 x 40 metros. O sr.<br />

Signorini disse-me que não tinha problemas de pilhagem, a não ser quando<br />

deixava expostas as construções internas de alguma colônia. Era curioso ver tantas<br />

espécies tão diversas, trabalhando bem lado a lado: Apis mellifera, JATAÍ<br />

{Tetragonisca angustula), MANDAÇAIA (M. quadrifasciata), MANDAGUARI<br />

(Scaptotrigona postica), BORÁ (Tetragona clavipes), uma <strong>das</strong> LAMBE-OLHOS<br />

(Leurotrigona muelleri), MIRINS (Plebeia spp). É preciso notar porém, que<br />

naquela ocasião as Apis mellifera do sr. Signorini ainda não estavam<br />

africaniza<strong>das</strong>.<br />

O caso mais extraordinário de vizinhança pacífica, foi o relatado por Dom<br />

Amaro von Emelen (1918 pp. 145-150). Uma colônia de JATAI (Tetragonisca<br />

angustula = T. jaty) estabeleceu-se dentro de uma colmeia de Apis mellifera! A<br />

princípio, a entrada <strong>das</strong> duas colônias era diferente,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!