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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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322 OUTRAS PLANTAS INDESEJÁVEIS<br />

Paulo, foi quem constatou o fato. Na Fazenda Santa Catarina, em Jaguariúna (SP)<br />

ele colheu mais de um litro de <strong>abelhas</strong> mortas, em apenas cerca de 50 flores!!! As<br />

<strong>abelhas</strong> pertenciam principalmente às espécies Apis mellifera e uma IRAPUÁ<br />

(Trigona sp, provavelmente T. spinipes). Trata-se, <strong>sem</strong> dúvida, de uma<br />

informação impressionante.<br />

Em Brasília, em 1987, abri flores de BALSA já caí<strong>das</strong> sobre o solo. Fiquei<br />

chocado com o elevado número de Apis mellifera scutellata mortas, existentes no<br />

interior dessas flores. Também havia certo número, muito menor, de IRAPUÁS<br />

(Trigona spinipes) mortas. Provavelmente, em lugares diferentes, outras espécies<br />

de <strong>abelhas</strong> também morrem nessas flores. É preciso fazer uma campanha contra o<br />

plantio da BALSA. Fiz um pedido nesse sentido ao Departamento de Parques e<br />

Jardins do Distrito Federal, mas infelizmente não usei a tempo a influência que<br />

possuía, quando (1987-1988) era o Secretário do Meio Ambiente, Ciência e<br />

Tecnologia (SEMATEC) do Governo do Distrito Federal. Mas voltarei a insistir.<br />

Também há muitos pés de balsa na sede do IBAMA.<br />

No Acre, em Rio Branco e entre essa Capital e Xapuri, tive ocasião de ver<br />

vários maciços pequenos e árvores isola<strong>das</strong> de BALSA, em caapoeiras. Contudo,<br />

ainda não estavam em flor, durante as minhas visitas. Diga-se de passagem que a<br />

palavra caapoeira é correta, pois caa em tupi quer dizer mato. A BALSA é<br />

chamada de ALGODÃO no Acre.<br />

Canora-canê ou Cangará-canê<br />

Warwick E. Kerr (1984?) esteve entre os índios caiapó, da aldeia Gorotire<br />

(PA). Eles o levaram a ver como matavam uma colônia de <strong>abelhas</strong> africaniza<strong>das</strong><br />

(Apis mellifera scutellata), a fim de colherem o seu mel. Para isso, cortaram<br />

menos de 2 palmos do cipó canora-canê e "... rasparam uma mão-cheia, que foi<br />

colocada numa forquilha que, vagarosa e cuidadosamente, foi posta dentro da<br />

colônia natural. Resultado: em 3 minutos e 10 segundos não havia uma única Apis<br />

viva, exceto umas poucas que, por qualquer razão, não adentraram o oco". Em<br />

outro dia o Professor Warwick E. Kerr verificou que as raspas do cipó canoracanê<br />

também matam saúvas, formigas correição e lagartas de Lepidopteros, ordem<br />

à qual pertencem borboletas e mariposas. Veja com maiores detalhes, o artigo de<br />

Warwick E. Kerr & Darrell A. Posey (1991 p.23-26).<br />

Darrel A. Posey & João M. F. Camargo (1985 p.265-266) também relataram o<br />

uso de "raspas de um cipó altamente tóxico, chamado kangará-canê. Puseram uma<br />

bola de raspas com 10 cm de diâmetro, num ninho de Melipona rufiventris<br />

flavolineata. Dentro de 4 minutos toda a colônia estava morta ou dispersa".<br />

O cipó foi identificado pelo Dr. A. Gentry, especialista em Bignoneaceas,<br />

como Tanaecium nocturnum. (Warwick E. Kerr & Darell A. Posey, 1991 p. 25).<br />

O seu nome científico poderia indicar que as <strong>abelhas</strong>

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