11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

362 OS FURTOS E ROUBOS EFETUADOS POR ABELHAS<br />

construção. (Figura 32-B). Para roubar o polem, conforme Warwick E. Kerr (1951<br />

p. 292) descobriu, essas <strong>abelhas</strong> regurgitam um líquido sobre as reservas de polem<br />

<strong>das</strong> colônias pilha<strong>das</strong>. O polem, suspenso nesse líquido, é transportado para o<br />

ninho <strong>das</strong> IRATIM ou LIMÃO, nas vesículas melíferas <strong>das</strong> operárias.<br />

A questão da agressividade mínima versus<br />

agressividade intensa<br />

Warwick E, Kerr (1951 pp.300-301), ao observar as IRATIM ou LIMÃO<br />

(Lestrimelitta limao), disse que nos saques causados por essas <strong>abelhas</strong> há poucos<br />

mortos de ambos os lados (pilhadoras e vítimas). A seu ver isso acontece devido<br />

ao forte odor de limão <strong>das</strong> Lestrimelitta. Após estarem todos impregnados desse<br />

cheiro, ficaria fácil às pilhadoras entrarem e saquearem. Mais tarde, Pe. J. S.<br />

Moure, P. Nogueira-Neto e Warwick E. Kerr (1956 p. 489) afirmaram que "os<br />

saques não são <strong>sem</strong>pre de extermínio, mas são freqüentemente intermitentes". Em<br />

época ainda mais recente, Shoichi F. Sakagami, David W. Roubik e Ronaldo<br />

Zucchi (1993 pp.257-258) relataram que as Plebeia droryana (MIRIM<br />

DRORIANA) oferecem pequena resistência às IRATIM ou LIMÃO, o que<br />

"possivelmente está relacionado com a ocorrência de expedições bran<strong>das</strong> nos<br />

ninhos dessa espécie".<br />

A Professora Dra. B. L. Lucas de Oliveira (in S. F. Sakagami & S. Laroca,<br />

1963 p- 331) relatou que uma colônia de Plebeia emerina (MIRIM EMERINA)<br />

que ela possuía, era roubada pelas Lestrimelitta limao (IRATIM ou LIMÃO) a<br />

cada 2 ou 2,5 meses, durante alguns anos. Nesse caso os ataques parecem mesmo<br />

ter sido relativamente benignos. Depois a colônia pilhada desapareceu<br />

bruscamente, não se sabe porque.<br />

Verifiquei (Nogueira-Neto, 1970-C pp. 425-426) que as IRATIM ou LIMÃO<br />

invadem às vezes colônias de MIRIM DRORIANA {Plebeia droryana) com<br />

pouca ou até praticamente <strong>sem</strong> violência, ou seja, <strong>sem</strong> causarem mortes,<br />

limitando-se a mordi<strong>das</strong> leves ou ameaças. Anteriormente, porém, nessas mesmas<br />

colônias as saqueadoras causaram pesa<strong>das</strong> baixas às MIRIM DRORIANA, com<br />

centenas de mortes, como constatei. A explicação é simples e está baseada em<br />

observações que tive ocasião de realizar. Em duas colônias dessa espécie, onde<br />

nos saques iniciais houve essas centenas de mortes, nas pilhagens subsequentes<br />

não ocorreu mais esse morticínio em larga escala. Isso significa, claramente, que<br />

as colônias ataca<strong>das</strong> primeiro resistiram ao saque, sofrendo numerosas mortes.<br />

Depois, aprenderam à custa dessas baixas e deixaram de resistir ao perceberem o<br />

retorno <strong>das</strong> IRATIM ou LIMÃO, <strong>sem</strong>pre com o seu odor característico, usado em<br />

to<strong>das</strong> as suas pilhagens. Houve pois um aprendizado, atuando o odor como parte<br />

do reflexo condicionado. Cheguei a ver pilhagens dessas <strong>abelhas</strong> ladras, em que<br />

não houve sequer uma morte. Isso também em colônias de MIRIM

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!