11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS 369<br />

ocupa<strong>das</strong> parcialmente por Meliponíneos, que ali instalam os seus ninhos.<br />

Talvez a observação mais antiga, sobre a ocupação de ninhos de cupins ou<br />

termitas, por <strong>abelhas</strong> indígenas <strong>sem</strong> ferrão, seja a de Leonardo Castello-Branco<br />

(1845 p.68). Ele escreveu que um pica-pau ..."faz na casa do cupim um buraco,<br />

que não sei se é tão somente para comer os seus moradores, ou se é também para<br />

ali fazer criação; o certo é que depois vem a ser morada da tal abelha cupira".<br />

Aliás, CUPIRA pode designar uma abelha (Partamona cupira) e também outras<br />

Partamona. A P. cupira faz ninhos em vários lugares e situações bem diferentes,<br />

não apenas em termiteiras. É o que mostra o trabalho de A. Wille e C. D.<br />

Michener (1973 pp.128-137) na parte referente aos ninhos dessa abelha na Costa<br />

Rica. Contudo, no Nordeste <strong>sem</strong>i-árido da Federação Brasileira, na Paraíba, Maria<br />

Cristina Lorenzon, A. Bandeira & N. Maracajá-Filho (1996) freqüentemente<br />

encontraram ninhos de Partamona dentro de ninhos do cupim Conscritotermes.<br />

W. Marshall em 1898 (segundo Herbert F. Schwarz 1948 p 78), referiu-se ao<br />

fato de Scaura longula (mencionada por Schwarz como T. (S.) longula) nidificar<br />

em termiteiras. Talvez haja um erro de identificação, pois em Luziânia (GO)<br />

somente vi essa abelha nidificar em troncos ocos.<br />

O grande entomologista italiano Filippo Silvestri (1902 pp. 138-143, 151 -152)<br />

esteve em Coxipó, na região de Cuiabá, onde observou que diversas espécies de<br />

Meliponíneos faziam ninhos no interior <strong>das</strong> habitações de termitas. É o caso <strong>das</strong><br />

Scaura latitarsis (Friese) (então Trigona latitarsis), da Trigona<br />

chanchamayoensis Schwarz (próxima de T. kohli Friese) e da Trigona fuscipennis<br />

Friese. Os ninhos dessas <strong>abelhas</strong> foram vistos por F. Silvestri em habitações do<br />

cupim (termita) Eutermes rippertii (para Holmgren seria Nasulitermes<br />

brevioculatus, in H. F. Schwarz 1948 p. 311). Essa espécie nidifica sobre galhos<br />

ou troncos de árvores.<br />

Mais tarde diversos autores como Hermann von Ihering (1903= 1930 pp. 676-<br />

677), J. Mariano-Filho (1911 pp. 53, 89), Adolpho Ducke (1916 = 1945 pp.<br />

39,89,92,97) e outros, também mencionaram a construção de ninhos de<br />

Meliponíneos no interior de termiteiras. Já citei, nesse sentido, as observações de<br />

Maria Cristina Lorenzon, A. Bandeira & N. Maracajá-Filho (1996).<br />

Warwick E. Kerr, Shoichi F. Sakagami, Ronaldo Zucchi, Virgílio Portugal-<br />

Araujo & João M. F. Camargo (1967 pp. 269, 270, 272) se referiram a 2<br />

comunicações pessoais importantes. Assim, Warwick E. Kerr, em 1948, observou<br />

operárias de MANDUR1 (Melipona marginata marginata) que voavam sobre<br />

uma termiteira. Sempre que podiam, pousavam sobre a mesma, deixando na sua<br />

superfície uma pelotinha de resina. Quando já haviam estabelecido uma "área<br />

resinosa" livre de cupins (termitas), essas <strong>abelhas</strong> puderam trabalhar mais<br />

livremente e penetraram

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!