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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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64 A QUESTÃO DOS MACHOS DIPLÓIDES<br />

experimentos mostram que pelo menos nos Meliponíneos o princípio clássico de<br />

Whiting somente é válido dentro de certos limites restritos, ou seja, apenas<br />

quando existe um estresse ecológico ou uma situação <strong>sem</strong>elhante, também<br />

estressante e continuada. As minhas colônias de <strong>abelhas</strong> nativas, em bom estado,<br />

praticamente não apresentaram machos diplóides em conseqüência de<br />

endocruzamentos, como será visto no decorrer deste Capítulo. Aliás, é importante<br />

notar que o próprio Whiting, colaborando com R. G. Schmieder, estudou o caso<br />

da vespa Chalcidoidea Melittobia, onde o que denomino aqui de princípio de<br />

Whiting não se aplica (R. G. Schmieder & P. W. Whiting, 1947). Nesta vespa os<br />

endocruzamentos constituem a regra, <strong>sem</strong> que apareçam machos diplóides e <strong>sem</strong><br />

haver ovos falhados.<br />

Neste Capítulo será discutido, com base em experimentos que realizei de<br />

1990 a 1996, se essa teoria se aplica no todo ou em parte aos Meliponíneos. Não é<br />

usual expor experimentos detalhadamente, em livros de divulgação. Contudo,<br />

trata-se de um assunto que exige amplo debate e respostas urgentes, pois delas<br />

dependem certas conclusões sobre a viabilidade da meliponicultura de muitas<br />

espécies. Conhecendo esse detalhamento o leitor poderá chegar às suas próprias<br />

conclusões.<br />

Na Apis mellifera<br />

O princípio clássico de Whiting foi adotado entre outros autores, em<br />

relação à Apis mellifera, primeiro por Otto Mackensen (1951) e depois por W. C.<br />

Rothenbuhler (1957, 1958), Antonio Brito da Cunha & Warwick E. Kerr (1957),<br />

J. Woyke (1963) e outros. Otto Mackensen (1951 pp.506-508) atribuiu a<br />

mortalidade de machos diplóides a "alelos letais homozigotos" que causariam a<br />

morte da cria diplóide masculina dessas <strong>abelhas</strong> nos próprios ovos ou no estágio<br />

de larvas jovens. J. Woyke (1963-d apud 1965 p.8) verificou que era possível criar<br />

tais larvas e que quando atingiam 5 dias de idade, já se podia saber o seu sexo. J.<br />

Woyke (1963-c apud 1965 p.7) concluiu que essas larvas desaparecem pouco<br />

depois de eclodirem dos ovos, porque são comi<strong>das</strong> pelas operárias adultas. Essa é<br />

uma conclusão muito importante, pois significa que se trata, na Apis mellifera, de<br />

um mecanismo (além de outros) que limita os efeitos deletérios do aparecimento<br />

de machos diplóides.<br />

Nos bombíneos (mamangabas sociais)<br />

Carlos A. Garófalo (1973) obteve por endocruzamento machos diplóides<br />

da MAMANGABA SOCIAL Bombus atratus Franklin. Mais tarde, usando<br />

machos diplóides num cruzamento com uma fêmea diplóide dessa mesma espécie,<br />

foram produzi<strong>das</strong> fêmeas triplóides viáveis (W. E. Kerr & C. A. Garófalo, 1975).<br />

Contudo, é preciso notar que a produção de machos diplóides é <strong>sem</strong>pre altamente<br />

prejudicial, pois significa 50% a menos de fêmeas diplóides (rainhas e operárias).

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