11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A ARQUITETURA DOS NINHOS 53<br />

desenvolvimento da cria (fases de larva e pupa) a célula permanece cerrada. Esta é<br />

aberta somente quando sai o inseto adulto. A minha tese de doutoramento foi<br />

sobre "A arquitetura <strong>das</strong> células de cria dos Meliponíneos" (Nogueira-Neto 1963-<br />

C).<br />

Quase to<strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> da tribo Trigonini constróem células reais as quais são<br />

muito maiores que as de operárias ou machos e se destinam a criar rainhas.<br />

(Figura 4). Machos gigantes podem se desenvolver nelas, como já observei em<br />

MIRIM PREGUIÇA (Friesella schrottky) e em outras espécies, mas isso<br />

raramente ocorre.<br />

Nas MARMELADAS ou BREU e afins (Frieseomelitta spp) às vezes uma<br />

larva perfura a célula de cria vizinha, consome o seu alimento e assim, devido ao<br />

seu tamanho maior, tece um casulo real, como foi descoberto por Yoko Terada<br />

(1974 pp. 13-18, 84-85).<br />

Na tribo Meliponini não existem células reais, criando-se <strong>sem</strong>pre as<br />

rainhas, machos e operárias no mesmo tipo de célula.<br />

Quando a larva já comeu bastante, no estágio seguinte de pré-pupa a<br />

abelha imatura tece o seu casulo. Após fazer isso, a pré-pupa defeca, geralmente<br />

no fundo da célula. As pelotas de excremento assim deposita<strong>das</strong>, tornam o fundo<br />

<strong>das</strong> células duro e resistente, o que facilita o manuseio dos favos que estão na fase<br />

de casulo (com pré-pupas e pupas). Quando o casulo já está presente, as <strong>abelhas</strong><br />

adultas da colônia raspam quase todo o cerume que podem retirar, deixando tais<br />

células com um aspecto um tanto <strong>sem</strong>elhante a um papel de seda, de cor cremeclara.<br />

O cerume removido dessas células é reaproveitado pelas <strong>abelhas</strong> em outras<br />

construções do seu ninho. Esse ciclo <strong>das</strong> células de cria foi, entre outros, estudado<br />

por H. von Ihering (1903 = 1930 pp.661-666). Contudo, o que ele denominou<br />

"trocoblasto" não é, como esse autor pensou, um delineamento para a construção<br />

de células de cria novas. São apenas os fundos que restaram de células novas<br />

cujas paredes foram demoli<strong>das</strong> após os ovos gorarem.<br />

Depois que a jovem abelha saiu da sua célula, esta é destruída. No lugar<br />

dos casulos demolidos fica por algum tempo um espaço vazio. Neste, as <strong>abelhas</strong><br />

constróem novos cachos de células ou novos favos compactos de cria, conforme a<br />

espécie a que pertencem. Charles D. Michener (1961 p.4) definiu as "frentes de<br />

avanço" da construção de células em cacho. Depois, juntamente com Alvaro Wille<br />

(A. Wille & C. D. Michener 1973 P-41) ambos estabeleceram o conceito de que<br />

"uma frente de avanço é a superfície do cacho de células ou do grupo de favos que<br />

avança devido à adição de novas células". Nos ninhos do Meliponíneo africano<br />

Dactylurina staudingeri, segundo observou primeiro F. G. Smith em (1952 p.3) os<br />

favos de cria são duplos, verticais, feitos de cima para baixo. Em espécies<br />

fazedoras de "cachos" de células, a construção é realizada de baixo para cima. O<br />

mesmo ocorre na JATAÍ NEGRA (Scaura longula), que faz favos de cria<br />

verticais simples, como verifiquei (Nogueira-Neto 1992 pp. 15-17). Na<br />

GUARUPU (Melipona bicolor) os favos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!