11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

262 HÁBITOS ANTI-HIGIÊNICOS DE CERTAS ABELHAS<br />

atividade antibacteriana era maior nas concentrações menores (mais diluí<strong>das</strong>)<br />

desse mel. Contudo, a explicação existe, é interessante e será discutida no<br />

próximo Capítulo (26), sobre "Propriedades antibióticas domei".<br />

Também o Professor Warwick E. Kerr viu a Apis mellifera scutellata<br />

(comumente chamada ABELHA AFRICANIZADA) e a Apis mellifera ligustica<br />

(ITALIANA) sobre fezes humanas, em Labrea, Amazonas, em 1975 (informação<br />

pessoal).<br />

O suor humano pode ser procurado por <strong>abelhas</strong> indígenas, como August<br />

Hannemann constatou (1872 p.207), assim como outros observadores. Já vi, há<br />

tempos, uma MIRIM (Plebeia sp) e outras <strong>abelhas</strong> pequenas não identifica<strong>das</strong><br />

fazendo isso, mas somente em certas regiões. Há alguns Meliponíneos, de<br />

tamanho muito reduzido, que recebem o nome de LAMBE-OLHOS e assim<br />

atormentam as pessoas, em algumas áreas do interior. Rodolfo von Ihering (1940<br />

p.460) já dizia no seu excelente "Dicionário dos Animais do Brasil", que essas<br />

abelhinhas "têm o hábito de voar para a vista <strong>das</strong> pessoas, provocando forte<br />

irritação porque, além do mal que fazem como corpo estranho, ao que parece,<br />

ainda desprendem uma secreção ácida."<br />

A Apis mellifera scutellata (antes aqui chamada adansonii) também lambe<br />

suor, segundo Moyses Katzenelson (1969 pp. 182-184). Luiz Figueiredo Barreto<br />

(informação pessoal) observou isso no Pantanal de São Lourenço (MT). Deve ser<br />

ocorrência regional, ou seja, que ocorre em alguns lugares e não em outros locais.<br />

Um comportamento que pode ser considerado indesejável, caso as <strong>abelhas</strong><br />

envolvi<strong>das</strong> tenham hábitos sujos, foi visto por mim na horta da Fazenda<br />

Aretuzina, em São Simão (SP). Numerosas <strong>abelhas</strong> visitavam as folhas de alface<br />

(Lactuca sativa) para colher água <strong>das</strong> gotas de irrigação por aspersão que ali fora<br />

realizada. A alface é comida crua. Veja, sobre essa questão, o Capítulo 11 sobre<br />

"Os Meliponíneos, seus equipamentos e suas construções de abrigo", no<br />

subcapítulo sobre "Bebedouros".<br />

Fig. 25 - Algumas <strong>abelhas</strong> indígenas<br />

<strong>sem</strong> ferrão coletam excrementos de<br />

animais vertebrados, para usá-los em<br />

certas estruturas de seus ninhos,<br />

geralmente em batumes e também em<br />

crostas externas de ninhos expostos.<br />

Outras vezes, como no caso desta<br />

figura, os excrementos são usados no<br />

pontilhamento externo da colmeia, o<br />

que a MANDAÇAIA (Melipona<br />

quadrifasciata) faz com alguma<br />

freqüência (Desenho de France<br />

Martin Pedreira baseado foto PNN).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!