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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS 385<br />

Pseudohypocera kerteszi. Isso ocorreu perto da entrada de uma colmeia de<br />

MANDAÇAIA (Melipona quadrifasciata).<br />

Ao remover telhas que cobrem colmeias, tenha certo cuidado. Ali<br />

eventualmente, podem estar aranhas perigosas para pessoas (informação dada à<br />

Profa. Vera Lucia Imperatriz-Fonseca).<br />

Os ácaros<br />

Quem abre uma colmeia de Meliponíneos logo vê uma multidão de pequenos<br />

bichinhos brancos, cor de palha ou castanhos, do tamanho da cabeça de um<br />

alfinete ou geralmente menores. Com uma lente, pode-se notar que possuem<br />

quatro pares de patas. Pertencem à classe Arachnida, ordem Acarina. Esses ácaros<br />

devem ser considerados basicamente como inquilinos inofensivos. Contudo, há<br />

exceções. Por outro lado, como veremos mais adiante, há também espécies muito<br />

úteis de ácaros, nos ninhos de Meliponíneos.<br />

Segundo Warwick E. Kerr, Gislene A. Carvalho e Vania A. Nascimento (1996<br />

p.87), uma parte <strong>das</strong> colmeias do meliponicultor Ezequiel Medeiros de Macedo,<br />

de Jardim do Seridó (RN), no <strong>sem</strong>i-árido Nordestino da Federação Brasileira, foi<br />

infestada por ácaros do gênero Pyemotes. Essas colônias morreram. Venho, agora,<br />

completar essa informação. Segundo me disse o referido meliponicultor, em<br />

setembro e outubro de 1995, o Pyemotes tritici matou três de suas colônias de<br />

Meliponíneos. São ácaros de tamanho diminuto. As fêmeas, "prenhas" com<br />

muitos "filhotes", eram visíveis como pequenos pontos sobre a cria <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong><br />

que mataram no estágio de pupa ou seja, filhotes de <strong>abelhas</strong> na fase final do seu<br />

desenvolvimento nas células de cria. Liquidaram todos os habitantes <strong>das</strong> 3<br />

colmeias, tanto a cria como os adultos.<br />

De acordo com informações do Dr. John C. Moser que identificou o ácaro,<br />

trata-se de um parasita que mata insetos que atacam grãos armazenados, como<br />

milho, arroz, feijão, trigo. Também pode viver na natureza, afetando populações<br />

silvestres de insetos. É encontrado em situações naturais de clima seco ou<br />

domésticas de ar seco. Esses dados sobre o ácaro nos USA e a sua classificação,<br />

foram remetidos pelo Dr. L. C. Moser ao professor Carlos H. W. Fletchmann,<br />

ilustre acarólogo da ESALQ-USP. Este pesquisador me deu outras informações<br />

também importantes sobre o Pyemotes tritici. Tais ácaros, além de atacarem as<br />

larvas de Coleópteros que se alimentam de grãos, parasitam larvas de Coleópteros<br />

que vivem no feno e na palha. O Pyemotes tritici existe em Piracicaba (SP),<br />

Viçosa (MG) e em inúmeros outros lugares. Possui uma distribuição mundial<br />

muito grande, cosmopolita. Tem sido empregado para combater os carunchos e<br />

outras pragas. Contudo, a coceira que o Pyemotes produz nas pessoas já é bem<br />

conhecida e limita o seu uso para controlar insetos daninhos. Infelizmente, às<br />

vezes atacam insetos úteis, como ocorreu no Seridó.

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