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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

O botulismo intestinal infantil e o mel<br />

Em 1976, na Califórnia, o exame <strong>das</strong> fezes de crianças enfermas, com menos<br />

de um ano de idade, levou à descoberta de que nos seus intestinos havia produção<br />

da toxina botulínica, pela bactéria Clostridium botulinum (S. S. Arnon, T. F.<br />

Midura, K. Damus, B. Thompson, R. M. Wood & J. Chin, 1979 p.331). Ao<br />

relatarem isso, esses autores citaram J. Pickett, B. Berg, E. Chaplin & M.<br />

Brunsteller-Shafer, bem como T. F. Midura e S. S. Arnon, como os autores dessa<br />

descoberta.<br />

A partir desse início em 1976, várias pesquisas foram realiza<strong>das</strong>, para<br />

esclarecer, o assunto. S. S. Arnon e colaboradores (1979 p.331) acima referidos,<br />

disseram que em termos mundiais, em 34,7% dos casos hospitalizados de<br />

botulismo infantil, tinha havido consumo de mel. Tratava-se nesses casos do único<br />

alimento <strong>das</strong> crianças afeta<strong>das</strong> que continha esporos de Clostridium botulinum.<br />

Mais tarde esses esporos foram também descobertos em xaropes diversos.<br />

As crianças com menos de 1 ano de idade não têm uma microflora no intestino<br />

que o defenda bem do Clostridium botulinum (J. S. Spika, N. Shaffer, N. Hargrett-<br />

Bean, S. Collin, K. L. Mac Donald & P. A. Blake 1989 p. 828). Segundo esses<br />

autores do Centro de Enfermidades Infecciosas de Atlanta USA, (op.cit. p.831),<br />

pesquisas realiza<strong>das</strong> (nos USA) mostraram que de 4% a 25% <strong>das</strong> amostras de mel<br />

de Apis mellifera examina<strong>das</strong> tinham esporos de C. botulinum. Disseram também<br />

que se houver inapetência crescente, estado não febril, não constatação de outra<br />

causa infecciosa, e principalmente se a criança menor de um ano tiver modificado<br />

o seu padrão de movimentos intestinais, havendo uma diminuição dos mesmos,<br />

evacuando fezes menos vezes, nesse caso as fezes devem ser examina<strong>das</strong> para<br />

detectar a toxina botulínica. Além disso, deve ser feita uma cultura de fezes para<br />

verificar se o C. botulinum está presente. A inapetência e a prisão de ventre são os<br />

sintomas precoces mais comuns, às vezes com o choro alterado, mas nem <strong>sem</strong>pre<br />

tais sintomas ocorrem (op.cit. p.829).<br />

Na Argentina, O. P. Centorbi, L. E. Alcaro & H. J. Centorbi (1994),<br />

processaram 42 amostras de méis <strong>das</strong> Províncias de San Luis, La Pampa, Cordoba<br />

e Mendonza, para detectar a presença de esporos de Clostridium botulinum. Os<br />

méis foram inoculados em meio de cultura de carne cozida, com as devi<strong>das</strong><br />

técnicas. Em um caso houve produção de toxina botulínica (tipo A), o que indica<br />

que a respectiva amostra de mel tinha esporos de C. botulinum que deram origem<br />

a formas vegetativas da bactéria produtora da toxina. Contudo ..."no se pudo aislar<br />

el agente, probablemente porque el numero de esporas fue bajo". Seja como for, o<br />

grave problema constituído por esporos de botulismo no mel já foi detectado na<br />

Argentina e certamente existe na Federação Brasileira.<br />

Estou relatando todos esses dados e sintomas, para alertar os pais e mesmo os<br />

médicos, pois o botulismo no intestino, infantil ou adulto, é pouco ou nada<br />

conhecido na Federação Brasileira.

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