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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

de Agudos-Bauru (SP), em 1993 tive uma vaga notícia de uma morte humana<br />

devida a mel tóxico, mas não consegui uma confirmação.<br />

A criação de <strong>abelhas</strong>, de qualquer espécie, não deve ser feita em lugares onde<br />

já ocorreram intoxicações provoca<strong>das</strong> pelo mel ou pelo polem ingeridos, a não ser<br />

que essas criações sejam para fins experimentais e desenvolvi<strong>das</strong> com extremo<br />

cuidado. Antes de criar esses insetos, devem ser consultados os moradores mais<br />

antigos do lugar, para se saber da possível existência de tais casos na região. Essa<br />

é uma <strong>das</strong> medi<strong>das</strong> preventivas.<br />

O mel e a samora/saburá <strong>sem</strong>i líquida <strong>das</strong> IRATIM ou LIMÃO<br />

Neste subcapítulo será vista uma secreção líquida utilizada por <strong>abelhas</strong><br />

pilhadoras que podem ser encontra<strong>das</strong> em quase to<strong>das</strong> as regiões da Federação<br />

Brasileira, embora não existam (felizmente) em muitos lugares. Refiro-me aqui,<br />

especificamente, à samora/saburá <strong>sem</strong>i líquida elaborada pelos Meliponíneos da<br />

tribo parasita dos Lestrimelittini, que não trabalham nas flores e vivem somente de<br />

roubos. O nome popular mais comum dessas <strong>abelhas</strong> é IRATIM ou LIMÃO<br />

(Lestrimelitta limao e espécies afins). Elas não colhem polem nas flores, mas<br />

transportam o polem roubado suspenso num meio líquido. Parece-me que esse<br />

produto pode ser melhor classificado como <strong>sem</strong>i líquido, pois é constituído em<br />

grande parte por grãos de polem.<br />

Warwick E. Kerr (1951 p.292) mostrou que as IRATIM (Lestrimelitta limao)<br />

transportam o polem <strong>das</strong> colônias saquea<strong>das</strong> do seguinte modo: ..."primeiramente<br />

secretam um líquido de sabor muito ácido, que torna a massa de polem pastosa.<br />

Dessa forma é ingerido e transportado, no estômago, para sua própria colmeia".<br />

Verificou isso por observação direta e ao observar como o polem de outros<br />

Meliponíneos era também recolhido como "papa", para ser depositado em potes<br />

de alimento.<br />

Observei que a BREU ou MARMELADA AMARELA (Frieseomelitta varia)<br />

carrega de outro modo o polem roubado por ocasião <strong>das</strong> transferências de ninhos<br />

naturais para colmeias racionais, realiza<strong>das</strong> pelo meliponicultor. Essas <strong>abelhas</strong><br />

colocam a samora/saburá (polem) diretamente nas corbículas <strong>das</strong> tíbias <strong>das</strong> suas<br />

patas traseiras, inclusive quando pilharam um ninho de IRATIM ou LIMÃO<br />

(Lestrimelitta limao) que tinha polem já "condensado" e que abri para exame.<br />

Roubam, também desse modo, a samora/saburá da MANDAGUARI ou<br />

CANUDO (Scaptotrigona postica) e de outros Meliponíneos. Tenho visto isso em<br />

Luziânia, Goiás. Nesse caso não se tratava de "papa" <strong>sem</strong>i-líquida, mas de uma<br />

substância já condensada.<br />

Provavelmente o líquido no qual as IRATIM transportam em suspensão o<br />

polem roubado de outras <strong>abelhas</strong> tem propriedades tóxicas para os seres humanos.<br />

O Padre José de Anchieta, um dos fundadores da cidade de São Paulo de<br />

Piratininga, em 31 de maio de 1560 escreveu uma carta

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