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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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A ESCOLHA DAS ESPÉCIES 97<br />

Contudo, podem haver exceções a essa regra de dar prioridade à criação de<br />

Meliponíneos nativos. Seria o caso de espécies de <strong>abelhas</strong> indígenas da floresta<br />

litorânea úmida do Nordeste, como a URUÇU NORDESTINA (M. scutellaris),<br />

que foi contida na sua expansão por um grande arco geográfico mais seco, que vai<br />

do Ceará à região litorânea Norte do Espírito Santo. Há também uma zona mais<br />

seca em Campos (RJ). A URUÇU NORDESTINA poderia se adaptar bem a<br />

outras áreas florestais úmi<strong>das</strong>. Sobreviveu cerca de 3 anos no meu meliponário da<br />

Faz. Aretuzina, em Bento Quirino, São Simão (SP) onde provavelmente morreu<br />

destruída pelas IRATIM (Lestrimelitta limao). Um caso muito interessante é o de<br />

uma colônia de URUÇU NORDESTINA, cuja colméia tem um sistema de<br />

aquecimento elétrico regulado com termostato. Sobreviveu cerca de 8 anos no<br />

Laboratório de Abelhas, IB-USP na Cidade Universitária, em São Paulo (SP).<br />

Possivelmente isso seria devido em parte ao fato dessa colônia, proveniente da<br />

Chapada Diamantina (Piatã, BA), ter encontrado no Campus da USP e no<br />

Laboratório com aquecimento especial, as condições essenciais <strong>sem</strong>elhantes, de<br />

que necessita. Há uns 10 km do local, em anos passados, as minhas colônias dessa<br />

espécie, provenientes do litoral nordestino, <strong>sem</strong>pre viveram apenas<br />

aproximadamente 1 ano ou menos.<br />

Outro exemplo de possível exceção seria o caso da URUÇU AMARELA<br />

DO PLANALTO CENTRAL (M. rufiventris rufiventris) região onde há cerrados,<br />

cuja vegetação aberta aparentemente prefere. Essa abelha, ao que me pareceu por<br />

uma experiência anterior incompleta que realizei, interrompida talvez pelas<br />

IRATIM (L. limao), poderia se adaptar ao Nordeste do Estado de São Paulo, onde<br />

ainda há alguns e onde houve enormes cerrados. Já reiniciei esse experimento em<br />

1993, com sucesso, mas ainda (1997) está em prosseguimento na Fazenda<br />

Aretuzina em São Simão (SP). Estou usando ali caixotes de proteção, com<br />

serragem seca. Veja a figura 8, que mostra um caixote de proteção.<br />

Em resumo, o colecionador de Meliponíneos deve criar prioritariamente as<br />

espécies locais, mas se houver condições/ecológicas favoráveis, às vezes de<br />

reconhecimento difícil, poderia eventualmente criar também outros Meliponíneos<br />

além dos nativos<br />

As espécies nativas da região<br />

As áreas hoje predominantemente agrícolas da Federação Brasileira, há<br />

algumas dezenas de anos atrás, ou há um século, eram muitas vezes cobertas por<br />

extensas matas, cerrados, caatingas e campos naturais. Viviam ali muitas espécies<br />

de Meliponíneos que a ação irrefletida e predadora dos seres humanos eliminou<br />

completamente ou reduziu consideravelmente. Eram, porém, <strong>abelhas</strong> adapta<strong>das</strong><br />

aos climas locais. Essas espécies devem merecer a preferência, para serem<br />

reintroduzi<strong>das</strong> e cria<strong>das</strong> nessas regiões. As pessoas antigas do lugar poderão dar<br />

informações a respeito, bem como os especialistas na sistemática dos

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